O racismo e o sangue de todos nós

A Ku Klux Klan, que significa Círculo do Clã, foi criada em 1865, no fim da Guerra Civil nos EUA, tornando-se a maior organização terrorista da história do país

Como o Plural registrou na segunda-feira, com o devido destaque, “o rosto de Marielle Franco, vereadora carioca assassinada em 2018, foi pichado no muro da Escola Estadual Tiradentes, na Praça 19 de Dezembro, em Curitiba”. Ainda do texto de Rogério Galindo:

– Desenhado por num grafiteiro dentro de um projeto de direitos humanos, em parceria com os alunos do colégio, o rosto de Marielle fazia parte de um mural com outras mulheres que foram vítimas de violência e defenderam direitos humanos, como a paquistanesa Malala e a brasileira Maria da Penha.

No mural, outros rostos também foram pichados. No caso de Marielle, além de o rosto ser sido praticamente apagado com tinta branca, o responsável pelo vandalismo fez questão de chamar a vereadora, morta a tiros num atentado até hoje não totalmente elucidado, de lixo. Marielle enfrentava as milícias do Rio de Janeiro e a violência policial.

Quando o sangue não tem cor

Sobre o episódio, há quem tenha recorrido a uma história que, infelizmente, não perdeu a trágica presença, só mudando de cenários e personagens: Estados Unidos, tempos atrás. Um motorista, racista e, certamente, militante ou fã da Ku Klux Klan, bateu o carro numa estrada do Missouri. Gravemente ferido, foi levado para um hospital. Durante o atendimento, a equipe médica teve de recorrer a uma salvadora transfusão de sangue. E, durante o procedimento, o paciente olhou para a pessoa que estava salvando a sua vida. Ficou pasmo: o doador era um negro. Não fosse a sua fraternal presença, seus dias na terra (do racismo) teriam terminado.

Dias depois, ao receber alta, ficou sabendo que muitas outras vidas tinham sido salvas graças à participação daquele doador. Portador de sangue tipo O positivo, fazia parte do grupo chamado doadores universais para qualquer tipagem sanguínea.

O terror com a KKK

Ku Klux Klan, que significa Círculo do Clã, foi criada em 1865, no fim da Guerra Civil nos EUA, tornando-se a maior organização terrorista da história do país. Utilizava roupas macabras (vestes e capuzes brancos, como os antigos maçons) e promovia atos de violência não só contra negros. Também eram vítimas os judeus e católicos. No início, perseguia os negros libertos e pessoas que apoiavam a concessão de maiores direitos aos negros no sul do país. Os estados do Sul caracterizavam-se pela economia agrária, dependente da mão de obra escrava dos africanos. Os estados do Norte, ainda que não fossem propriamente contra os escravistas, apostavam na economia industrial, que demandava em mão de obra livre e assalariada. A KKK chegou a contar com quatro milhões de membros em meados da década de 1920.

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