O dia em que Terra parou – ou quase isso

Mundo novo, cada vez mais depende das redes sociais (muitas vezes antissociais), o apagão de segunda-feira remete a um filme de 2008, então mera ficção científica

A semana mal começou. Ou começou muito mal pra muita gente – e não só por nossas bandas. E a segunda-feira, 4 de outubro de 2021, entrou para a história por conta de uma pane nas redes (ditas) sociais. E, como registrou o jornal O Estado de S.Paulo, “o WhatsApp, Instagram e o Facebook, todos pertencentes ao império de Mark Zuckerberg, só começaram a ter as operações normalizadas em todo o mundo por volta das 18h45 do horário de Brasília, após pane de seis horas que trouxe instabilidade às redes sociais do grupo nesta segunda-feira. Por meio de plataformas como o Twitter, usuários relataram problemas, dizendo que não era possível acessar o serviço. Além do app, a versão web também sofre problemas para conectar com o aparelho celular. Durante a pane, Zuckerberg teve uma perda estimada de US$ 5,9 bilhões em sua fortuna pessoal. A instabilidade também está afetando plataformas e serviços que usam o login do Facebook, como games”.  

E o Facebook divulgou nota no final da noite de segunda informando que “o apagão global de mais de seis horas em suas redes, que incluem o Whatsapp e o Instagram, foi uma falha interna: um defeito durante alteração em suas configurações. A plataforma informou também que não houve um ataque hacker nem vazamento de dados de usuários. Queremos esclarecer que acreditamos que a causa da queda foi uma mudança de configuração”, garantiu a empresa.  

Brasil, o quinto do ranking  

Ainda do Estadão: “De acordo com o site Down Detector, conhecido por apontar falhas em serviços na internet, o problema não ficou restrito ao Brasil: houve relatos de instabilidade em diversas regiões do planeta, incluindo América Latina e Europa. As falhas começaram por volta das 12h20 (horário de Brasília). Para ter uma ideia, um levantamento feito pela consultoria Newzoo mostra que o Brasil tem aproximadamente 109 milhões de usuários de smartphones atualmente, o que corresponde a mais da metade da população. Com isso, o país fica em quinto lugar no ranking global com maior número de usuários desses aparelhos”.

Um país “ligadão”  

E vale citar a Anatel – Agência Nacional de Telecomunicações. Primeira agência reguladora a ser instalada no Brasil, no dia 16 de julho de 1997, pela Lei 9.472, ela confirma que o país é extremamente conectado por celulares: dados referentes ao mês de julho de 2021 indicam que o Brasil terminou o mês com 246,8 milhões de celulares e densidade de 115,63 cel/100 hab. E os computadores, notebooks e tablets chegam a 180 milhões.  

Um (outro) dia impactante  

E, por conta do noticiário, há quem tenha viajado no tempo, até o filme O Dia em que a Terra Parou – The Day the Earth Stood Still.  É um filme americano de 2008, do então chamado gênero ficção científica, realizado por Scott Derrickson. Na verdade é uma refilmagem do clássico homônimo, que, por sua vez, teve como ponto de partida um conto – Farewell to the Master, de Harry Bates, e foi levado às telas por Robert Wise em 1951. Contudo, daquela vez, a ameaça ao planeta Terra não era a gripezinha bolsonarista e nem a corrida armamentista do dito cujo, mas, sim, os danos ao meio ambiente.  

Keanu Reeves faz o papel de um alienígena que atravessa o universo para chegar à Terra e avisar os humanos sobre uma crise global que está por vir. Foto: divulgação.

Uma Arca de Noé espacial  

Inspirado no filme original feito em 1951, The Day The Earth Stood Still mostra uma invasão alienígena ao planeta Terra. E para dar um ultimato: ou os humanos aprendem a lidar uns com os outros, parando com conflitos e guerras, ou uma atitude mais séria será tomada – afinal, outros planetas, em outras galáxias, estão vigiando o nosso comportamento. O argumento básico é o mesmo, mas estão nos adornos – que, no final das contas, são o verdadeiro recheio – as diferenças. Na primeira versão a relação era com a Guerra Fria e o impacto das bombas atômicas. E o alerta era definitivo: ou o homem aprendia a viver em paz ou nosso mundo seria simplesmente eliminado. Ou seja, algo bastante drástico, mas também muito relacionado ao que se vivia na época. A nova versão traz os aliens estão preocupados com o planeta Terra – “um dos poucos em todo o universo capaz de suportar uma forma de vida tão complexa quanto a humana – e não estão dispostos a deixar o planeta morrer por causa de uma única espécie.  

Em resumo: como o ser humano é naturalmente destrutivo, o objetivo deles é promover uma grande arca de Noé espacial, salvando todos os demais seres vivos, e eliminando o único realmente pernicioso: o homem.

Viver é perigoso. Alguma dúvida?  

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