No (outro) mundo dos jornalistas

Histórias antigas dos bares de Curitiba, além de boas frases sobre o álcool

Lendo o texto (sempre nota 10) da jornalista Anna Sens, sobre o Bar Palácio, “reduto de jornalistas” quando localizado na Rua Barão do Rio Branco, há quem viajado no tempo até um segundo reduto: o Nosso Bar. Pela proximidade da redação, o Palácio era frequentado pelo pessoal do jornal O Estado do Paraná, o Estadinho.

O mesmo acontecia com o Nosso Bar, só que aí boa parte da freguesia integrava o jornal Correio de Notícias, com sede na Rua Benjamin Constant, a meia quadra do boteco. A interação era tamanha que o pessoal a ele se referia como o bar do Juarez – Juarez José Coelho. Ou Sucursal Tibagi.

Isso porque, não raras vezes, na redação, o jornalista recebia recados tipo “deixaram um material pra você na sucursal Tibagi”, ou “o fotógrafo tá te esperando na sucursal”, quando não “ligue pra sucursal e chame o Gogô que tem serviço para ele”…

Todos pro banheiro!

Uma vez, trabalho concluído, jornal pronto pra entrar na rotativa, alguns jornalistas estavam na sucursal. De repente, uma dupla de assaltantes invade o bar. Armas em punho, os bandidos ordenam:

– Todos pro banheiro!

Acontece que o banheiro era pequeno, tão pequeno que era utilizado por uma pessoa de cada vez.

O jeito foi negociar com os assaltantes, que, felizmente, aceitaram as ponderações. E que os fregueses ficassem, então, na porta do banheiro. Com as mãos para o alto. Limparam o caixa e deram no pé, cantando pneu.

Cachorro engarrafado

Ainda sobre bares, Vinícius de Moraes não deixava por menos:

– Se o cachorro é o melhor amigo do homem, então o uísque é o cachorro engarrafado.

Sobre o poeta (e diplomata) e o uísque há muitas histórias. Uma delas: em companhia de Tom Jobim, depois de tomar uma e muitas outras, eles embarcam no carro e vão em frente.

Lá pelas tantas, Vinicius recomenda a Tom:

– Vai devagar, temos de dobrar na próxima esquina…

Tom responde:

– É, mas é você quem está dirigindo…

Mosquito no copo

Para quem ainda se surpreende com nomes de algumas bebidas altamente populares: um jornalista, em Santa Catarina, fez questão de visitar Itapoá. Embora repórter investigativo, voltou intrigado: na carta de bebidas de um bar constava um drinque chamado sangue de mosquito. Isso mesmo.

Nem o proprietário do boteco soube explicar a origem do apelido.

Ainda de Itapoá. Avenida Principal, perto do Hotel Rainha de Itapoá. Diante do bar, uma frondosa árvore que parece brotar da calçada: e, em meio à espessa folhagem, uma pequena placa pendurada em um dos galhos, em ponto bem visível para os transeuntes, chama a atenção. Tanto que todo mundo interrompe a caminhada para ler o aviso:

– Não alimente o macaco.

Mesmo quem é morador de lá nunca viu o tal macaco. Pura pegadinha.

Pra encerrar, como se fosse a saideira, um recado de Homer Simpson:

– Cerveja: a causa e a solução de todos os problemas da vida.

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