Nada contra, sinal dos tempos

O Brasil já tem mais cães e gatos do que crianças em seus lares, segundo o IBGE

Início da semana, um amigo, caminhando pelo centro de Curitiba, ao ouvir uma voz feminina ficou intrigado e decidiu parar, olhar para trás e conferir a cena:

– Vamos, Jorge! Vamos, Jorge!

Qual não foi sua surpresa: Jorge, isso mesmo, era o nome de um cachorrinho que não conseguia acompanhar os passos apressados da senhora.

Da opção preferencial pelos pobres, nada contra, não poucos no Brasil preferem os pets. Basta ver o desempenho do setor. Em 2018, o mercado pet do Brasil movimentou R$ 34,4 bilhões, assumindo a 2.ª posição em faturamento no mundo. Sozinho, o ramo de alimentação respondeu por mais de R$ 15 bilhões. No ano passado, o faturamento nacional pulou para R$ 36,2 bilhões, alta de 5,4% sobre 2018. O Brasil já soma 162.148 estabelecimentos, a maioria esmagadora (93,3%) de cadeias de distribuição, ou seja, de pontos de vendas. O restante dos estabelecimentos é composto por indústrias (0,4%) e criadouros (6,4%).

Com direito a marco regulatório

Em janeiro deste ano, a revista Exame, com base em matéria da Agência Senado, mostrou que está em análise, na Comissão de Meio Ambiente (CMA), projeto que cria no Brasil o marco regulatório dos animais de estimação (PL 6.590/2019). Autor do projeto, o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), explica que seu objetivo é, “além de reconhecer a importância que esses animais têm para o ser humano, conferir segurança jurídica aos segmentos econômicos envolvidos no setor”.

Cães e gatos

Com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o senador apontou que o Brasil já é o segundo país na quantidade de animais de estimação. Os números de 2018 indicam a presença de 139,3 milhões desses animais. São 54,2 milhões de cães, 39,8 milhões de aves, 23,9 milhões de gatos, 19,1 milhões de peixes e 2,3 milhões de outras espécies (incluindo também pequenos mamíferos). O Brasil já tem mais cães e gatos do que crianças em seus lares, segundo o IBGE.

Mas daí recorrer a um antropônimo para batizar um cachorrinho de Jorge vai uma longa distância. Mas, pelo jeito, logo teremos animais com nome,  sobrenome e títulos honoríficos…

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