Meio ambiente – somos vítimas ou agressores?

De Rachel Carson a Marcelo Gleiser, autores ajudam a entender nosso planeta

É impossível esquecer certas lições. Até pela simplicidade com que são transmitidas. Uma delas, do físico Marcelo Gleiser, sobre o comportamento do Universo e, é claro, da Terra.

– Embora aparentemente sereno, o Universo está em permanente ebulição, como se fosse o caldo de uma panela fervendo. Ou seja, em transformação.

E é ainda do físico a receita para fazer uma galáxia numa xícara de café.

– Basta você pôr um pouco de creme bem devagar sobre o café e misturar delicadamente os dois fluidos por alguns segundos. Em pouco tempo você verá uma galáxia espiral surgir na sua xícara.

Efeitos da panela fervendo

É uma revista de 98 páginas, ótimas ilustrações e textos de quem conhece os temas que aborda. Na capa, imagens de catástrofes pelo mundo afora e títulos arrasadores: GUIA/NATUREZA EM FÚRIA

CRISE HÍDRICA – Teremos água suficiente?

TERREMOTOS – Entenda as causas dos mais devastadores abalos sísmicos.

VULCÕES – Os inimigos silenciosos estão à espreita.

TSUNAMIS – Conheça como surge esta força da natureza – e, ainda em caixa alta, temos O COMEÇO DO FIM – dados científicos + perspectivas + curiosidades.

E aí, por R$ 19, 99, “você ficará sabendo que se trata de fenômenos que fazem parte da geodinâmica terrestre, ou seja, da natureza do Planeta, que a atividade humana contribui para agravar. Mas, como se dão esses fenômenos e até que ponto o homem ocupa o papel de agressor ou vítima do meio ambiente? É o que você confere no Guia Natureza em Fúria, com matérias exclusivas e atualizadas sobre o assunto. Mas, apesar dos incansáveis debates sobre o tema, uma coisa é certa: esses desastres de grandes proporções mostram o quanto somos indefesos perante a força destrutiva da Mãe Terra. Mais do que isso: provam que estamos resistindo no caminho do perigo”.

A melhor opção

Na página 90, temos um texto de Claudio Blanc: “Uma saída para a crise planetária? Educar é a melhor opção para modificar a mentalidade da população, que insiste em usar o meio ambiente de forma irresponsável”.

E aí, um cidadão devorador de livros, revistas (algumas, por supuesto) e do Plural, é claro, comenta com um amigo:

– Comprei 2 exemplares.

– Dois?

– É. Um eu vou ler, recomendar e guardar. O outro, enviar para Brasília, para o Boso… Talvez, quem sabe, ele pare de dar sua trágica contribuição para o fim da Amazônia e do restante do Brasil, além de pôr em risco o resto do mundo. O amigo concorda, embora duvide que ele, o Boso, possa gostar de uma leitura, muito menos de uma excelente leitura, altamente instrutiva:

– Também vou comprar 2 exemplares. O primeiro para você mandar junto com o seu, para Brasília. Numa dessas, a sua remessa pode se extraviar no caminho ou sumir com a privatização dos Correios… O segundo fica comigo, claro.

– Muito bom, apoiado, resistir é mais do que preciso. Até porque o próximo número poderá ter o Boso como assunto de capa. Se o Brasil resistir e ainda existir… Cada vez mais satanicamente irascível,ele não só ameaça destruir o país – mas, por via de consequência, o planeta. Dispensando furacões, terremotos, tsunamis, vulcões…

E vale lembrar

5 de junho é o Dia Mundial do Meio Ambiente. Evento recomendado pelas das Nações Unidas, é comemorado por milhares de comunidades em todo o mundo. Foi instaurado em 1972, tornando-se a maior celebração do meio ambiente. Seria dispensável, seria, dizer que o meio ambiente é fundamental para manter a saúde do planeta e de todos os seres vivos que nele habitam. Para celebrar o esforço em proteger os recursos naturais, temos a ecologia, ciência que estuda as relações entre os seres vivos e os meios onde vivem.

Ainda da revista:

– As ideias ligadas à educação ambiental surgiram na década de 1970. De acordo com a pesquisadora Rosimari Ruy, os principais acontecimentos que levaram a esse novo conceito de educação foram: a publicação de Primavera Silenciosa, em 1962, pela jornalista Rachel Carson. A obra foi a primeira a alertar para a crescente perda da qualidade de vida; a Carta de Belgrado (1975), a qual preconizou um programa mundial de educação ambiental; a Declaração da Conferência Intergovernamental de Tbilisi sobre Educação Ambiental (1977), alertando para “perigos que poderiam ser irreversíveis”; e o Congresso de Moscou (1987), destacando que a educação ambiental deveria provocar mudanças de comportamento nas áreas de conhecimento e no âmbito afetivo.

PS do Plural: portanto, e está bem claro, não foi por falta de alerta, avisos e apelos que chegamos a um ponto crítico, enquanto a panela ferve a olhos vistos.

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