Esse Furacão é (e tá) demais…

É impossível não falar do Athletico depois do show em Porto Alegre

Espero que a chefia (alô, Galindo, tudo bueno?) não faça cara feia, mas é impossível não falar do Athletico depois do show em Porto Alegre. Anos atrás, também em setembro, mais precisamente no dia 22, um sábado, o então Atlético Paranaense também arrasava – na Índia. Isso mesmo, lá na Índia. Conquistou o título da Subroto Cup. Era o time Sub-17 e derrotou o indiano Army Boys por 1 a 0.

Nos sete jogos disputados na competição, o Rubro-Negro venceu todos. Foram 28 gols marcados e somente dois sofridos. Logo aos quatro minutos do primeiro tempo, Thiago foi derrubado na área do Army Boys e o árbitro assinalou pênalti. Bruno bateu e fez o gol da vitória rubro-negra. Além do título, o então Atlético emplacou outras três premiações individuais. Allan foi o melhor goleiro, Kennedy o melhor jogador e Marcão o melhor treinador da competição.

Por nossas bandas, não poucos estranharam o nome da competição e até fizeram piada: Subroto? De ser sub e ainda por cima roto

Falando sério: é um dos famosos torneios de futebol entre escolas da Índia e presta homenagem ao marechal (da Força Aérea) Subroto Mukerjee. Tudo começou em 1960 e a competição é realizada anualmente no Dr. Ambedkar Stadium, na capital Nova Delhi.

O time atleticano: Allan; Cesar, Gabriel, Paulo e Alex; Victor e Lucas Emanuel; Bruno, Thiago e Kennedy (João Victor); Pedro Henrique (Danilo).

No aguardo do novo milênio

E temos também a cápsula do tempo. Em 2017, o jornal The New York Times decidiu criar uma cápsula para abrigar “alguns objetos que representassem o que existia no planeta no ano 2000 da Era Cristã”. Coisas a serem bem guardadas até o ano 3000. Entre os objetos selecionados está uma camisa do então Atlético Paranaense.

Em janeiro de 2017, em Nova Iorque, uma cerimônia marcou o fim da exibição da cápsula do tempo, que foi recolhida ao Museu de História Natural, preservando vários objetos recolhidos nos quatro cantos do mundo.

Foi em 2001, graças a um motorista de táxi, Clóvis Gonçalves. Ele transportou em Curitiba Simon Romero, correspondente do The New York Times. Na conversa com o jornalista, este perguntou a Clóvis o que ele indicaria como algo “realmente representativo para ser selecionado para a cápsula do tempo”.

Não deu outra:

 – A camisa do Atleticão

A notícia sobre a escolha mereceu amplo registro na imprensa. A diretoria do (então) Atlético gostou tanto da ideia que propôs o case Atlético 3000 – Paixão Eterna. E, como prêmio, Clóvis ganhou um título de sócio construtor da Arena da Baixada. Detalhe: uma família vem cuidando da cápsula, passando de geração a geração até a chegada do ano 3000.

Mas, como sempre, há quem tenha lamentado:

– Pena que não faça parte do acervo os quatro gols do Ziquita.

12 minutos para não esquecer

Foi no dia 5 de novembro de 1978. O então Atlético recebia na Baixada o também então Colorado. Por conta de Ziquita, o jogo se transformou em um dos capítulos mais incríveis da história do futebol paranaense, e, quiçá, do futebol mundial: o centroavante fez quatro gols em 12 minutos.

Na partida, válida pela segunda rodada do grupo F (um quadrangular semifinal), cerca de 8 mil torcedores acompanharam o clássico, que era tido como decisivo para a escolha de um dos finalistas do Estadual. Arrasador, o Colorado meteu 2 gols no primeiro tempo. No segundo, continuou o massacre. Em poucos minutos o Colorado vencia por 4 a 0. Parte da torcida atleticana começou a deixar o estádio, cabisbaixa.

Mas, aos 30 minutos, o centroavante Ziquita cabeceou para diminuir a vantagem adversária. Aos 34, dominou a bola de costas para o gol e, de virada, balançou as redes coloradas pela segunda vez. Quem insistiu em ficar no estádio cruzava os dedos. Aos 36, Ziquita, novamente de cabeça, marcou seu terceiro gol. Alguns torcedores, com o ouvido colado nos radinhos de pilha, trataram de retornar ao estádio. Não deu tempo. O herói rubro-negro fez seu quarto gol aos 43 minutos. Logo em seguida, Ziquita mandou uma bola que carimbou o travessão colorado. O quinto gol não saiu, mas Ziquita acabara de colocar seu nome para sempre na história do (então) Atlético e da Baixada.

Como registrou a imprensa, “um massacre anunciado acabou se transformando em um empate com sabor de goleada”. E houve quem abrisse manchete a “São Ziquita”. Do lado do time adversário, o técnico Avelino Mosquito não resistiu e pediu demissão.

Coisas do Atlético, do Athletico e dos atleticanos. Com todo o respeito a quem faz parte de outras torcidas.

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