Encarando a gripezinha – todos os dias

Como nem todo mundo pode manter o emprego recorrendo ao home office, há que se destacar, entre outros, a coragem dos motoristas e cobradores de ônibus

São pessoas que você passa a conhecer ao passar diariamente pela catraca das estações tubo e fica à espera do ônibus vermelhão. Mas, como o vírus avança e não há vacina para todos, temos os heróis da resistência, verdadeiros heróis, posto que, como não têm como recorrer ao home office, continuam expostos em seu trabalho diário. Correndo altíssimo risco, já que, sentados, atuam em ambientes fechados e de grande afluência de pessoas conforme o horário. E eles não são poucos, os motoristas e, principalmente, os cobradores, plantados nas estações tubo de Curitiba, uma gigantesca rede de transporte.  

Bons tempos, matando o tempo    

Deveras interessante é o caso de uma senhora que trabalha há anos num dos tubos da Avenida João Gualberto, no Juvevê. Dona Terezinha. Ela sempre chamou a atenção, não por se tratar de uma mulher. É que, conforme o horário, de pouco ou quase nenhum movimento, ela, que sempre trazia e ainda traz, além da bolsa, uma sacola. E desta sacava coisas para matar o tempo lendo um livro, fazendo palavras cruzadas ou manipulando longas agulhas para mais uma peça de crochê.  

Coisas que perduram

Antes, problema mesmo era o malandro fura catraca – e o troco. Mas, com a instalação de grades nas estações tubo de Curitiba, o primeiro foi eliminado de modo satisfatório. Já o segundo perdura até hoje; volta e meia surgem notas de R$ 50 e até de R$ 100, muito embora o preço da passagem seja R$ 4,50… E não se trata de ostentação, mas do “não  nem aí, o problema não é meu”…  

PS: segundo um tal de Stubby Currence, “o único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário”.  

Mas tem uma resposta, atribuída a um cobrador de ônibus:  

– O que eu faço? Sou contabilista e fiscal externo de transporte coletivo municipal.  


Para ir além

Até quando esse desdém pela vida?

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