É de festejar – e não precisa ser advogado

A recente eleição na OAB Paraná e na OAB São Paulo destaca mais uma vez a crescente e contínua importância da participação de mulheres, em qualquer área

Como noticiou o Plural, com 59,68% dos votos válidos a chapa XI de Agosto, liderada pela advogada Marilena Winter, venceu a eleição para a diretoria e o conselho seccional na gestão 2022/2024 da OAB Paraná. A chapa Algo Novo, encabeçada pelo advogado Marcelo Trindade de Almeida, ficou em segundo lugar, com 28,30% dos votos. Em terceiro, a chapa Artigo 5º, liderada pelo advogado Romulo Quenehen, com 12,01% dos votos válidos. As eleições foram realizadas na quinta-feira passada, dia 25, registrando recorde de participação: 85,65%. Participaram 49.365 eleitores de um total de 57.638 aptos a votar.  

– É uma vitória emocionante do grupo XI de Agosto, coroa o trabalho que vem sendo realizado pelo presidente Cássio Telles nesta gestão, e principalmente marca um momento histórico. A OAB do Paraná sai na frente e muda a história, elegendo pela primeira vez uma mulher, ressaltou Marilena Indira Winter.  

Nascida em União da Vitória, Marilena é graduada em Direito pela Universidade Federal do Paraná, mestre e doutora em Direito das Relações Sociais pela Universidade Federal do Paraná. Atua como procuradora do município de Curitiba desde 1992. Integra o Instituto dos Advogados do Paraná e é professora de Direito Civil da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Na OAB Paraná já foi conselheira e secretária-geral, participou de comissões e atualmente exerce a função de vice-presidente da seccional.  

São Paulo – mais exemplos  

E, por conta de matéria de Rayssa Motta e Pedro Venceslau – o Estadão Conteúdo noticiou que a OAB-SP elegeu na mesma quinta-feira a criminalista Patrícia Vanzolini para presidir a entidade. É a primeira mulher a ocupar o cargo desde a fundação da seccional, em 1930. Os dois episódios remetem a outro fato histórico – e isso, ressalte-se, independentemente de posições político partidárias: Dilma Rousseff, a primeira presidente eleita do Brasil. Imagine isso num país machista, onde muita gente proclamava: aqui é terra de macho; lugar de mulher é na cozinha. 

Pois bem – economista e corajosa, Dilma teve, entre outros desafios, como derrotar o PIG (Partido da Imprensa Golpista), o de superar o machismo, tornando-se manchete histórica e mundial: a primeira mulher eleita presidente do Brasil!  

Na (pretendida) República de Curitiba  

Ainda sobre Dilma, um breve episódio ocorrido em Curitiba, que já ensaiava (ou sempre ensaiou) a proclamação de República de Curitiba. É… a coisa não é de hoje. Em um bar dos mais concorridos do Juvevê, fregueses acompanhavam a apuração (de olho no televisor preto e branco). E, no grand finale, o locutor anuncia: Dilma Rousseff eleita presidente do Brasil!  

Nisso, um furibundo machista não se contém e sentencia bem alto:  

– Foi eleita, mas não vai assumir! Tem 1.300 soldados prontos para impedir a posse!  

Isso mesmo, exatamente 1.300. Não se tratava de ódio ao partido, mas de puro machismo levado ao seu extremo mais absurdo. Mas, felizmente, o 8 de março deixou de ser apenas uma data no calendário – e fez história. 

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