Do fumo de corda ao Zippo made in Bradford

São muitas e muitas as histórias até o isqueiro alimentado com fluído – e que não somem como a fumaça do cigarro ou cachimbo

Os (pequenos) dramas de cada um: não que seja viciado em cigarro de palha ou adepto do fumo de corda, isso mesmo, mas um conhecido estava vivendo um pequeno drama. É que, brindado no aniversário com um isqueiro, abandonou de vez o tradicional BIC descartável. E o seu fiel companheiro passou a ser um Zippo Bradford PA made in U.S.A. Recarregável, é claro.

Algum tempo (e muitas carteiras) depois, o dito cujo começou a pifar. Não era por conta do pavio nem da pedrinha, mas da ausência de fluído. Procura aqui, procura acolá e nada. Até que, numa velha banquinha de jornal (que, hoje, não mais depende exclusivamente da venda de jornal papel), veio, com a desculpa, uma preciosa dica:

– Sinto muito, não temos… Por acaso já tentou a Casa do Fumo?

Mantendo a tradição

Na Rua Saldanha Marinho, 46, próxima à Catedral, a Casa do Fumo é um dos pontos mais tradicionais do comércio no centro de Curitiba – 64 anos. E lá, o nosso desesperado fumante com isqueiro zero fogo encontrou não só o fluído, que vem a ser um destilado de petróleo, mas também pavios e flints, as pedrinhas.

Em 1956, Artigos para fumantes. Hoje, a Casa do Fumo. E vai muito além: conta também com variados produtos para artesanato – frisadores, tintas, pincéis, peças em gesso e cerâmica, fitas, telas, e oferece até cursos (pintura em gesso, cerâmica, tela, vidro, madeira, flores, decoupage).

A origem das coisas

Em 1823 – antes da invenção do fósforo –, o químico alemão Johann Wolfgang Dobereiner teria inventado o primeiro isqueiro, que ficou conhecido como lâmpada de Dobereiner. Já as pedras de isqueiro possuem uma liga metálica específica contendo um material chamado mischmetal e que é misturado a uma determinada quantidade de ferro, possibilitando assim a formação de uma grande quantidade de faíscas quando houver atrito.

Já o elemento básico para fabricar fósforos foi descoberto acidentalmente. Em 1669, o alquimista alemão Henning Brand (1630-1710), ao tentar transformar metais em ouro, isso mesmo, descobriu o elemento fósforo (em grego, o que traz luz).

Segundo os alquimistas, bastaria misturar 50 baldes de urina com areia, esperar alguns meses e proceder a destilação. Foi exatamente o que Brand fez, em 1675. Mas o resultado foi outro: uma substância inflamável que recebeu o nome de fósforo – e que passaria a valer mais que ouro.

A descoberta do fumo

O fumo teve origem na América Central, em 1520, numa cidade na região de Yucatán. Colonizadores espanhóis viram a planta sendo usada pelos índios, que chamavam os charutos ou cachimbo de tabaco. Motivo: espantar os mosquitos. Outros relatos apontam que a origem do nome da planta veio em homenagem à localidade onde foi encontrada pela primeira vez – Tabaco.

A primeira descrição da planta de fumo foi feita por Romano Pene, parceiro de Cristóvão Colombo em sua viagem ao Novo Mundo. Em 1559, mudas da planta foram levadas para Espanha por um médico espanhol e posteriormente para Portugal. No ano de 1560, Jean Nicot plantou no quintal de sua embaixada e usava as folhas em forma de rapé para dores de cabeça. Deve-se a ele a denominação de nicotina. Anos após, o fumo chegou à Itália. Em 1585, na Inglaterra e, na metade do século XVII, o hábito de fumar se alastrou na Europa e no mundo. Abriram-se muitos lugares que disponibilizavam o tabaco – e o hábito de fumar se tornou comum.

Cigarro de palha

Fumo de rolo (ou fumo crioulo ou ainda fumo de corda) é um tipo de tabaco torcido e enrolado, normalmente utilizado para cigarros de palha, mas também consumido em pequenos pedaços.

A Zippo Manufacturing Company (situada em Bradford, Pensilvânia) surgiu em 1932, produzindo o primeiro Zippo em 1933, inspirado num isqueiro austríaco de design semelhante. O mecanismo básico do Zippo permanece inalterado até hoje. George G. Blaisdell nasceu em 5 de junho de 1895, em Bradford.

PS: Mas, para evitar problemas bem mais sérios, não fume. Ou abandone o vício. Sua saúde e o bolso agradecem.

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