Contra o racismo – ontem, hoje e sempre

Como dizia a faixa daquele personagem de Campos de Carvalho, todo racista é um fdp

Sobre o Dia da Consciência Negra no Brasil, homenagem a Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares contra expedições militares e que acabou decapitado, há quem tenha lembrado:

– A lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira no calendário escolar, permitindo o resgate sobre a influência de povos negros na história econômica, política e social do país.

E não é que, terça-feira, em pleno Congresso, um tal de Coronel Tadeu, deputado do PSL, destruiu um painel da exposição sobre o Dia da Consciência Negra? Apesar da flagrante quebra de decoro parlamentar e do caráter racista, há quem tente minimizar/abafar o episódio. O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, do DEM, teria se limitado a um leve e rápido puxão de orelha no Coronel, recomendando que tal caso “não se repita”.

Já que o atual desgoverno federal ignora ou faz questão de atropelar qualquer coisa positiva, vale lembrar, também, o que disseram (e defenderam) grandes figuras a respeito do ódio e do preconceito:

– Ninguém nasce odiando outra pessoa por causa da cor da sua pele, ou sua origem, ou sua religião. As pessoas têm que aprender a odiar, e se elas podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto.

Nelson Mandela

– Eu tenho um sonho. O sonho de ver meus filhos julgados por sua personalidade, não pela cor de sua pele.

Martin Luther King

– Não sou descendente de escravos. Eu descendo de seres humanos que foram escravizados.

Makota Valdina – educadora e líder religiosa.

A bandeira do professor

E, com o devido respeito a grandes figuras da humanidade, há quem tenha recorrido a um personagem de O Púcaro Búlgaro, livro de Campos de Carvalho, editado em 1964. Um dos (inesquecíveis) personagens era o professor Radamés, Radamés Stepanovicinski, um mestre em bulgarologia e caçador não da arca perdida, mas do púcaro, um pequeno vaso com asa para beber água ou para extrair líquidos de outros vasos maiores.

Em qualquer manifestação pelos direitos humanos, principalmente passeatas, o professor Radamés tirava do armário uma velha bandeira com mastro em madeira e seguia para as ruas. Na bandeira, o recado, em letras garrafais.

– Todo racista é um fdp

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