Apesar dos pesares, uma pitada de humor ajuda a encarar desafios e problemas que atormentam a humanidade, ontem, hoje e sempre
Rir é o melhor remédio? Por conta da velha receita (mundial), há quem tenha imaginado o tamanho da lona de circo para cobrir o Brasil de hoje e o mundo. Logo depois, recorreu a alguns livros.
Um deles: Foi-se o Martelo – A História do Comunismo Contada em Piadas, de Ben Lewis, editora Record, 2014. Joseph Vissarionovich Stalin, ele mesmo, recorreu ao humor para tentar popularizar o regime. Logo depois, irritado, tratou de despachar para a Sibéria quem fazia piadas contra ele. Em 1953, quando bateu as botas, havia 2,5 milhões de presos no Gulag – quase 200 mil por contarem piadas. Que, é óbvio, não agradaram os donos do poder. Gulag vinha a ser uma rede de campos de trabalhos forçados para criminosos, presos políticos e qualquer cidadão em geral que se opusesse ao regime.
Ainda do livro:
– No início, pipocavam denúncias por escrito às autoridades superiores com o teor das piadas. Tiro pela culatra: mais gente tinha acesso ao anedotário e se encarregava de passar adiante a “cultura cômica do mundo comunista, em torno de filas, escassez de alimentos, burocracia, culto da personalidade” e etc.
Três piadas, reproduzidas no livro: uma, que circulou em 1962, não perdoa Nikita Kruschev, apontado como um falastrão:
– É possível embrulhar um elefante com um jornal?
– Sim, se o jornal trouxer um discurso de Kruschev…
Outra: na corrida espacial, acelerada pela descida dos americanos na lua, em 1969, Leonid Brejnev convoca todos os astronautas da União Soviética e anuncia ter um plano para ultrapassar os EUA:
– Camaradas! Vocês vão pisar no sol…
– Mas, camarada, nós vamos pegar fogo!
– Você acha que eu sou bobo? Vocês vão pousar à noite!
A terceira: Stalin decide inspecionar a instalação de uma antena no topo de um edifício, em Moscou. Ele e alguns asseclas. Aí, nota que se formou multidão lá embaixo, gritando e acenando. Quer saber o que eles estão gritando. Um assessor, meio constrangido, responde:
– Pula! Pula! Pula!
De volta ao Brasil de 64
Ainda a propósito de rir da desgraça alheia e da própria, há um episódio do tempo da ditadura civil/militar de 64. Desfile de 7 de setembro. E eis que surge à frente de uma tropa o general Milton Cruz. Montado num cavalo branco. No palanque oficial, nem o general Figueiredo resistiu, revelando inclusive o apelido do já temido militar:
– Olha o Mimi! Ele pensa que é Napoleão…
Os verdadeiros autores
E Guernica – quem foi o autor? Pintada a óleo numa tela de 349 cm de altura por 776,5 cm de comprimento, em 1937, é uma das obras mais famosas de Pablo Picasso. Uma “declaração de guerra contra a guerra e um manifesto contra a violência”. Bombardeada pelos nazistas em 26 de abril de 1937, durante a Guerra Civil Espanhola, Picasso produziu o quadro desolador da pequena cidade arrasada, que servira de teste para os bombardeiros alemães. Os nazistas já se antecipando ao que seria a II Guerra Mundial.
Conta-se que, já na Paris ocupada, um oficial nazista, diante do grande mural, grande em todos os sentidos, quis saber de um funcionário do museu:
– Foi você quem fez isso?
– Não, foram vocês…