Sem passarelas, agências e modelos procuram se reinventar

Ainda impossibilitados pelo distanciamento social, o mercado da moda apostou nas tecnologias para seguir atuante

Um ano e sete meses depois do anúncio da pandemia de Covid-19 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), as passarelas do mundo da moda começam a retomar as atividades na Europa. Mas durante o período mais difícil da pandemia, com as restrições de isolamento social, empresas, agências, modelos e fotógrafos tiveram que estabelecer novas formas de atuação para enfrentar o desafio de manter o mercado ativo.

Acostumado com os holofotes que seus clientes atraem por meio da sua agência de modelos e talentos em Curitiba, o empresário Willian Rogglers não se deixou abater pela crise com o novo coronavírus e resolveu se adaptar e apostar nas tecnologias.

Do dia para noite, todos perceberam como são fracas as estratégias de comunicação online e como são falhas as ações de ampliação do público por meio digital, principalmente no âmbito artístico. Mas o que parecia um problema, trouxe oportunidades. Rogglers disse que teve que se reinventar e “fazer tudo ficar online”. O empresário teve que criar estratégias para que pudesse continuar com as aulas de forma remota, com turmas que tinham em média 80 alunos.

A tecnologia possibilitou novas realidades para o trabalho de modelos com ensaios fotográficos, castings e desfiles totalmente virtuais. Os modelos acostumados com os flashs, holofotes e uma grande equipe de produção, passaram a trabalhar em suas casas. Contando com poucos recursos.

Sandra Barbosa, modelo profissional há cinco anos na capital paranaense, revela que precisou se aprimorar na produção e gravação de vídeos. “Passei a fazer o outro lado. Além de ser modelo, passei a ser fotógrafa e vídeo booker”.

De volta aos holofotes

Aos poucos todos os setores estão voltando ao presencial, mas têm coisas que não voltarão, enfatiza a modelo. Sandra diz acreditar que “esse novo normal veio para ficar”. O motivo: o custo. 

Nos sets, elencos e equipes de produção convivem com uma nova realidade, seguindo todos os protocolos de segurança. Máscaras, álcool em gel, equipamentos de proteção, distanciamento entre modelos e elencos reduzidos. Segundo a modelo comercial Silvia Fernanda, os testes agora estão sendo feitos totalmente online, o que pra ela é uma vantagem, porque consegue ter mais tempo para se preparar, treinar e até ter uma chance maior de ser escolhida. Ao ser selecionada para a campanha, as produtoras exigem o teste para Covid-19. Devido ao distanciamento e o custo com a testagem, as produtoras estavam evitando as figurações.

Mesmo com o início da vacinação as incertezas ainda são muitas no mercado. Porém, a crise com a pandemia trouxe novas possibilidades para os profissionais. “As oportunidades se ampliaram e quem aproveitou para se aperfeiçoar terá maiores chances”, enfatiza Sandra. 

Orientação: Karine Moura Vieira (professora e jornalista).

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