Retomada do turismo no Brasil é impulsionada pelo incentivo às viagens regionais

De março até junho de 2020, o setor de turismo acumulou uma perda de R$ 6,2 bilhões em relação ao mesmo período de 2019

Um dos setores mais impactados pela pandemia de coronavirus foi o turismo. As companhias aéreas, e a rede hoteleira foram os primeiros segmentos a sofrerem com as restrições impostas pela doença  e as  medidas de isolamento social, recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS).  Segundo um levantamento do conselho de turismo da Federação do Comércio Bens e Serviços  e Turismo de São Paulo (Fecomercio SP), de março até junho de 2020 o setor de turismo acumulou uma perda de R$ 6,2 bilhões em relação ao mesmo período de 2019. Uma queda histórica.

Um ano depois, dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada em agosto de 2021, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o Índice de Atividades Turísticas no país voltou a aquecer, com aumento de 11,9% em junho deste ano. A segunda taxa positiva consecutiva em 2021.

Apesar do otimismo do mercado, o empresário e palestrante no setor de turismo, Deivid Vargas  não acredita em um retorno total como antes da pandemia em um prazo  mínimo de dois anos.

“Durante dois anos ainda vai estar esta perseguição por questão de segurança, mas depois cai no esquecimento, assim como caiu a H1N1, e as coisas irão voltar ao seu normal, eu não acredito em um novo normal”.

Diante dos prejuízos das atividades turísticas, os governos estaduais buscaram soluções para recuperar o turismo regional. João Jacob Mehl, presidente da Paraná Turismo, entidade responsável de executar políticas públicas de turismo, explica que incentivar e criar benefícios para passeios regionais foi considerado pelo governo a melhor solução.

“Começamos a ter que fazer uma conscientização de que teríamos que reverter o quadro, passarmos a sermos receptivos e não emissivos. Então é um trabalho que está sendo feito, mas com uma programação regionalizada. Nós temos no Paraná 14 estancias governamentais, em cada região temos um responsável, que começaram a trabalhar em cima das regiões”.

De acordo com dados da Paraná Turismo, a retomada no estado está mais intensa desde o mês de julho deste ano. Um dos destinos mais procurados foi a cidade de Foz do Iguaçu, com um aumento na ocupação dos hotéis e na procura pelas atividades turísticas. As Cataratas do Iguaçu tiveram uma elevação no movimento de 105% no mês de julho em relação a junho, com a visitação de mais de 56 mil pessoas. Além das empresas, turistas e profissionais autônomos que dependem do turismo para trabalhar também foram impactados e tiveram que se reinventar. Gabriel Bukalowski é fotógrafo e aventureiro, um tradicional turista que fez da  paixão uma profissão. Em três anos ele já viajou por 17 estados brasileiros. Uma rotina que teve de ser modificada e adaptada para trabalhos realizados pela região em que mora, aqui no Paraná.

“Eu precisei sentar e verificar as alternativas para planejar um bom roteiro de viagem. Então eu fico por aqui, faço meus trabalhos por aqui”, explicou.

Para aqueles que se animaram com o aquecimento do mercado turístico, e querem se tornar um turista, ou juntar trabalho e paixão, Gabriel aconselha: “O passo inicial é você sair do lugar. Então realmente tem que gostar do que faz. Se você quer se aventurar, você tem que se permitir pra isso”.

Orientação: Karine Vieira (professora).

Sobre o/a autor/a

Compartilhe:

Leia também

O (des)encontro com Têmis

Têmis gostaria de ir ao encontro de Maria, uma jovem vítima de violência doméstica, mas o Brasil foi o grande responsável pelo desencontro

Leia mais »

Melhor jornal de Curitiba

Assine e apoie

Assinantes recebem nossa newsletter exclusiva

Rolar para cima