Primeiro ponto: calma. Entenda que a culpa é sua sim, não adianta você culpar o governo, funcionários, impostos… é hora de esfriar a cabeça e tentar reverter a situação.
Mas como? Como foi que eu cheguei nesse ponto?
Essa é a pergunta que eu normalmente ouço quando encontro empresários que estão prestes a quebrar seu negócio.
Segundo passo: Fluxo de caixa. Normalmente quando eu peço o fluxo de caixa percebo que ele não existe… ou seja, o empresário nunca observou para onde estava indo seu dinheiro…
Mas ao ter um fluxo de caixa você começa a entender a entrada e a saída de dinheiro, pois como eu sempre falo não existe segredo, tudo o que você faz ou entra ou sai dinheiro.
Tendo um fluxo de caixa é possível ver o que está acontecendo e visualizar assim os resultados de suas ações de negociação com clientes e fornecedores.
Logo, é dessa maneira que você consegue eliminar gastos desnecessários e também entende o reflexo da precificação do seu produto/serviço.
Como montar meu fluxo de caixa?
É muito comum eu encontrar empresas que tem sistema, mas que não tem controle sobre o que vende, o que recebe e o que paga. Então o que eu sempre recomendo é buscar informações na fonte de pagamentos e recebimentos, isso é busque informações no extrato da conta. Levante todos os valores a crédito e a débito e entenda o que está acontecendo.
Conseguiu montar seu fluxo? Então agora separe o que é fixo e o que é variável, faça uma classificação de plano de contas para facilitar sua análise. Dessa forma será mais fácil entender o que pode ser cortado ou não, ou seja, o que é imprescindível para sua empresa funcionar.
Terceiro passo: Aproveite para ver se tudo o que foi vendido foi realmente recebido, se não foi, comece a cobrar seus clientes inadimplentes.
Depois de levantar os inadimplentes comece a cortar o desnecessário e analise o que você pode negociar e reduzir. Alguns itens como bonificação, prolabore, telefone, energia elétrica, por exemplo, são itens que podem ser reduzidos.
Importantíssimo: converse com sua equipe para mantê-los à par dessas reduções temporárias.
Quarto passo: veja de onde pode conseguir dinheiro. Novamente com base no seu fluxo de caixa verifique qual o valor a ser pago para os próximos meses, ou seja, faça uma previsão de caixa, utilize uma média de valores históricos e projete os valores simulando situações. Esse é o valor que irá precisar.
Quinto passo: converse com o gerente do seu banco, veja o que consegue fazer para levantar esse dinheiro. Todos os empréstimos exigem garantias, uma das opções que você pode ter é a antecipação de recebíveis onde o banco negocia seus boletos ou os recebíveis de recebimento das vendas em cartão.
Sexto passo, mude o formato de sua venda. Busque vendas com prazos menores e force a venda a vista. Você precisa de dinheiro, não é hora de dar prazos e condições especiais de pagamento, salvo se for para vendas no cartão ou no dinheiro ou PIX.
Sétimo passo: pense em um sócio investidor. Verifique seus contatos e entenda se não teria alguém para te ajudar nesse momento, mas antes de tudo arrume seus números, certamente você terá que “vender” a ideia do seu negócio e o novo sócio terá que vislumbrar que vai ser mais interessante investir na sua empresa do que deixar o dinheiro rendendo em alguma aplicação financeira.
Empresário, só desista caso realmente você não gosta mais do que faz. Espero ter ajudado.
Sobre o/a autor/a
Karla Küster
Administradora de empresas formada pela FAE Business School, com pós-graduação em Marketing, Gestão de Pessoas e em Finanças. Atuou em instituições financeiras e em empresas nacionais e multinacionais. Desde 2015 é consultora empresarial em sua empresa Credita CGE – Consultoria e Gestão Empresarial.