Educação e sustentabilidade – Como Institutos públicos e privados podem trabalhar juntos em prol da energia sustentável global?

O Brasil possui 20% das espécies vegetais conhecidas em todo mundo e tem vasto potencial hídrico, eólico e é referência em desenvolvimento de combustíveis renováveis

A inovação em prol da aceleração de opções de energia sustentável vem crescendo em investimento e em carreiras, sobretudo na Europa. E o que a educação e carreiras internacionais têm a ver com isso? Elas são justamente o link entre potências industriais e o setor de pesquisa e desenvolvimento de pessoas, tecnologias e negócios nesta área.

De acordo com o Relatório de Energia e Emprego de 2021, do Departamento de Energia dos Estados Unidos, antes da pandemia de Covid-19, o setor de energias renováveis era o que mais crescia no país. Após as perdas de 2020, a análise mostra que, no final daquele mesmo ano, o setor já estava se recuperando, abrindo 560 mil vagas de empregos no país.  Além disso, o relatório aponta que empregadores de quase todos os setores de energia sinalizaram um forte crescimento de oportunidades de emprego para 2021. Companhias ligadas ao setor de operação e eficiência energética, por exemplo, estimavam um crescimento de 10,1% nas posições de trabalho. Já nas áreas de geração de energias e combustíveis, a expectativa de crescimento era de 5,5% a 8,1% nas oportunidades de trabalho.

Mas como preparar pessoas para áreas como estas? Um dos principais movimentos do setor para qualificar a mão de obra necessária ocorre por meio de parcerias entre institutos públicos, empresas mundialmente reconhecidas e parceiros globais. Essas alianças ajudam a preparar alunos internacionais para ingressarem em pós-graduações e mestrados voltados para as áreas de sustentabilidade e energia. O estudo no exterior ajuda os alunos a ampliarem seus conhecimentos nas áreas de interesse e também a colocarem em prática o que aprenderam em sala de aula.

Um exemplo disso é a EIT InnoEnergy Master School, um novo modelo de educação superior voltada para o mercado de energias sustentáveis e modelos SmartCities, cuja fundação em 2010 foi dada pela União Europeia em conjunto com uma start-up. A união de mais de nove universidades europeias prepara estudantes para se tornarem futuros empreendedores deste segmento. Com investimentos de mais de 500 milhões de euros, 500 empresas parceiras na Europa e mais de 300 start-ups envolvidas, a EIT InnoEnergy Master School busca brasileiros para entrar neste mercado na Europa.

Com possibilidade de estagiar em empresas como Tesla, Northvolt e Nações Unidas, por exemplo, os alunos são levados a missões nas principais cidades europeias e a eventos de energia sustentável. Realizam também visitas técnicas e projetos em grandes empresas como a Maserati. E o principal, os alunos são colocados para resolver problemas reais de indústrias, em parceria com as prefeituras e governos.

Os alunos têm a possibilidade de desenvolver programas de impacto em suas áreas de atuação e 12% deles acabam criando e acelerando suas próprias start-ups. Nos projetos, há alunos envolvidos de países como Alemanha, Holanda, Espanha, França e Suécia. E os estudantes brasileiros são muito bem-vindos, pois trazem uma visão importante para o projeto. O Brasil possui 20% das espécies vegetais conhecidas em todo mundo e tem vasto potencial hídrico, eólico e é referência em desenvolvimento de combustíveis renováveis.

Desta forma, o currículo e o potencial de colaboração do brasileiro, mais uma vez, é muito bem visto fora do país. Por meio da educação e do comprometimento dos três setores da economia, a transformação e a preparação para um futuro melhor é sim possível. É ainda uma prova como novos modelos educacionais, unindo setores público e privado, oportunizam avanços locais e globais.

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