De onde vêm as fake news

Embora a expressão fosse usada antigamente, ganhou destaque nos últimos anos por meio das redes sociais

Fake news, como o próprio nome sugere, são informações falsas publicadas e divulgadas como se fossem notícias reais. Esse tipo de conteúdo é produzido com o objetivo de legitimar um ponto de vista ou prejudicar uma pessoa ou grupo. O termo pode parecer recente, porém já uma expressão antiga. De acordo com o dicionário Merriam-Webster, ela já era usada no final do século XIX. A junção de duas palavras em inglês se popularizou em todo o mundo para denominar informações falsas que são publicadas e disseminadas principalmente em redes sociais.

Fake na política: o primeiro campo de batalha

Durante a eleição de 2016, nos Estados Unidos, na qual Donald Trump tornou-se presidente, a imprensa começou a usar com mais frequência a expressão. Na época, algumas empresas especializadas identificaram uma série de sites com conteúdo duvidoso e sem fontes confiáveis. A maioria das notícias divulgadas por essas páginas online exploravam conteúdos sensacionalistas, que envolviam (e prejudicavam) personalidades engajadas politicamente, como a adversária de Trump, Hillary Clinton.

Por conter conteúdo sensacionalista, as fake news possuem um grande poder viral, espalhando-se rapidamente. Ao apelar para o emocional do leitor, elas conseguem fazer com que as pessoas consumam o material dito como noticioso sem checar e se preocupar com a origem da informação e sua veracidade. Segundo uma pesquisa feita pelo Instituto Ipsos realizada 2018, 62% dos brasileiros acreditavam em notícias falsas: o país está no topo do ranking da mentira, sendo a nação que mais acredita em fake news.

Como surgem as Fake News?

A produção e veiculação de fake news se transformaram em um mercado alimentado por pessoas de grande influência, geralmente políticos em campanha eleitoral, que contratam de forma criminosa equipes especializadas nesse tipo de conteúdo viral. Equipes essas que podem ser constituídas por profissionais de marketing, comunicação e hackers. Os produtores dessas informações falsas adquirem ilegalmente os endereços de e-mail e números de telefone celular de milhões de pessoas para enviar o conteúdo. Já nas redes sociais, são criados perfis falsos que começam a interagir com outras pessoas para dar veracidade, os chamados robôs. Depois, os perfis começam a espalhar essas informações e incentivam seus contatos a fazerem o mesmo.

Por que as pessoas compartilham fake news?

De acordo com um levantamento feito por veículos de comunicação, incluindo a Folha de S.Paulo, as páginas que trabalham com fake news têm maior participação dos usuários de redes sociais do que as de conteúdo jornalístico real. Entre 2017 e 2018, os veículos de comunicação tradicionais tiveram uma queda de 17% em seu engajamento, porém os propagadores de fake news tiveram um aumento de 61%.

Entre as estratégias para legitimar as fake news está a mistura entre  publicações falsas e a reprodução de notícias verdadeiras de fontes confiáveis, confundindo o leitor. Outro agravante nas redes sociais são as chamadas sensacionalistas, que muitas vezes são compartilhadas sem que   o texto ou vídeo tenha sido ao menos aberto.

Consequências das fake news

A divulgação de fake news pode gerar diversos perigos, como riscos à saúde pública com os movimentos antivacinação, que voltaram a crescer nos últimos anos depois que algumas pessoas contrárias ao uso de vacinas espalharam informações falsas, o que gera resistência à vacinação e coloca em risco a população. Além disso, podem interferir diretamente no resultado de eleições e provocar um ambiente mais preconceituoso e xenofóbico. É preciso se atentar a identificar o que é uma fake news e não compartilhar conteúdo duvidoso. Uma dica é acessar sites jornalísticos confiáveis e sempre checar as informações em mais de um veículo para assim não contribuir com essa onda tóxica de desinformação.

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