Vereadores aprovam projeto de amparo a mulher assediada, mas não sem passar vexame antes

Preocupação era de não manchar a reputação de alguém “só por um assédio”

A Câmara de Curitiba aprovou nesta quinta (28) um projeto de lei que obriga bares, restaurantes e casas noturnas, entre outros tipos de estabelecimentos, a amparar mulheres que se sintam vítimas de assédio. A proposição é da vereadora Maria Letícia (PV) e ainda precisa passar por segundo turno antes de seguir para sanção.

A proposta diz que, caso a mulher esteja sendo assediada, é obrigação do estabelecimento fazer com que ela fique em segurança até que a situação seja resolvida, acompanhando-a até o carro, por exemplo, ou chamando a polícia, se for esse o caso.

A aprovação da medida aconteceu por unanimidade, com apenas dois vereadores se abstendo (Cristiano Santos e Jairo Marcelino), mas nem por isso sem polêmica. Vários vereadores deram a entender em seus discursos que é necessário tomar cuidado para não manchar a reputação de alguém “só por um assédio”.

Herivelto Oliveira (Cidadania), por exemplo, disse que é preciso se preocupar para não manchar o nome de alguém só porque tomou duas cervejas e foi inoportuno, com uma “cantada mais efusiva”.

Outro vereador, Osias Moraes (Republicanos), disse que Maria Letícia é ativista do feminismo (o que aparentemente depõe contra ela), mas que votaria a favor pela explicação ponderada (e decerto insuspeita) de um homem, no caso Dalton Borba (PDT).

Um terceiro vereador, Edson do Parolin (PSDB), por outro lado, contou uma história pessoal para dar apoio ao projeto. Contou que sua filha levou um tapa numa casa noturna por se recusar a ficar com um menino. Ao chegar lá, o vereador teria encontrado a menina sem amparo de qualquer tipo.

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