Vereador, Herivelto quer tratar mais de moradores de rua do que de questão étnica

Herivelto Oliveira (PPS) assumiu nesta quarta-feira o posto de vereador de Curitiba dois anos depois da eleição. Apesar de ter tido mais de 5,2 mil votos, ficou de fora inicialmente, mesmo tendo mais votos do que muitos eleitos. Agora, terá dois anos para fazer o que disse que pretendia na campanha.

Um dos jornalistas mais conhecidos da tevê local (repórter e apresentador na RPC, mais tarde apresentador na RIC), Herivelto admite que foi beneficiado por sua celebridade. Acabou gastando apenas R$ 2,8 mil na campanha, toda virtual. Um dos raros negros na Câmara, ele diz que sua presença pode ser um símbolo importante, mas que não fará da etnia uma bandeira.

Quais serão suas principais bandeiras nesses dois anos?

Vou tentar cuidar de algumas propostas que precisam de bastante tempo, mas vamos pelo menos começar. Uma delas é a situação do pessoal de rua, especialmente naquela região entre a Ébano Pereira e a Muricy, onde tem muita gente que consome crack. É um problema social e acaba afastando a população.

Tem também a questão dos imóveis desocupados, alguns em áreas nobres da cidade. É preciso dar um jeito de dar utilidade social para essas áreas. Cito sempre um imóvel em frente ao Hospital Cajuru como exemplo.

Por fim, acho que temos que usar o pessoal da Secretaria de Trânsito muito mais para orientar o trânsito, diminuir congestionamentos, do que para dar multas de EstaR.

São raros os negros na Câmara e na política de Curitiba. É um símbolo importante?

Acho que sim. Dizem que é… Mas eu não pretendo ser um vereador “da causa negra”. Vou ter no gabinete uma pessoa que vai tratar de questões relacionadas às causas dos negros, mas não acho que essa seja uma bandeira principal, não quero ser um vereador étnico.

A celebridade conquistada como jornalista de tevê ajudou na campanha?

As pessoas já me conheciam há décadas, então sim, claro que ajuda. Minha campanha foi muito barata, gastei R$ 2,8 mil. Fiz tudo por Internet, fora algumas visitas a bairros e pouca coisa mais.

Como será a relação com o prefeito?

O PPS tem uma posição de independência. Se a prefeitura estiver fazendo tudo certo, apoiamos. Se houver algo em que precise me posicionar criticamente, vou fazer também.

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