Sem resposta de Ratinho, Greca fala novamente em subir ônibus

Já se passaram duas semanas da reunião entre o prefeito de Curitiba, Rafael Greca (PMN), e o governador Ratinho Júnior (PSD) para discutir o subsídio do transporte coletivo em Curitiba e ainda não há informações sobre avanços nas negociações. No encontro entre os dois, o governador pediu para que as secretarias da Fazenda, Desenvolvimento Urbano e para a Comec fizessem um estudo sobre a questão.

Greca falou sobre o assunto nesta segunda-feira (4) durante a primeira sessão plenária de 2019 na Câmara de Curitiba. O discurso foi basicamente o mesmo das entrevistas anteriores: ele destacou que a tarifa deve subir inevitavelmente, mas que a prefeitura trabalha para que o aumento seja o menor possível.

Em 2018, a prefeitura pediu R$ 71 milhões do governo do estado para poder manter a tarifa no mesmo valor. Neste ano, o pedido do prefeito gira em torno dos R$ 90 milhões. A tarifa do ônibus está congelada em R$ 4,25 desde fevereiro de 2017, porém, a tarifa técnica está em R$ 4,71. Essa diferença de R$ 0,46 seria coberta pelos subsídios do governo do estado.

A data-base para o reajuste salarial de motoristas e cobradores vence no dia 26 de fevereiro – o valor representa quase a metade do custo do sistema. Greca pede o subsídio de R$ 90 milhões a Ratinho para que a tarifa não chegue a exorbitantes R$ 5,00.

Na Câmara, o prefeito reforçou a importância de uma parceria entre a prefeitura e o governo do Paraná na manutenção do sistema de transporte. Ele também defendeu o projeto que aumenta a bilhetagem eletrônica e extingue figura dos cobradores de ônibus. A proposta será votada pelos vereadores ainda nesse ano e é mal vista pelo Sindicato de Motoristas e Cobradores de Ônibus (Sindimoc), que vê nessa questão, o risco de demissões em massa.

O prefeito já disse que vai precisar da ajuda do governador para manter o preço da tarifa – fator essencial para que Greca pense em uma possível reeleição em 2022. Ratinho ainda não se comprometeu em colocar o dinheiro estadual no transporte, porém, deixou claro que tem planos para o setor em Curitiba.

Motivos políticos também devem ser levados em conta para discutir essa questão, Greca atuou como cabo eleitoral da candidata à reeleição ao governo Cida Borghetti, adversária de Ratinho no ano passado. Desavenças eleitorais podem pesar na decisão do governador, não seria a primeira vez que isso acontece dentro de uma negociação entre estado e município no Paraná.

O ex-governador Beto Richa privou o ex-prefeito Gustavo Fruet do subsídio em 2012. Com isso, para que a tarifa não subisse significativamente, houve o fim da integração dos ônibus entre Curitiba e Região Metropolitana. Fruet não se reelegeu e perdeu a eleição para Greca em 2016. O subsídio para o transporte foi restabelecido, mas a passagem subiu de R$3,70 para R$ 4,25.

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