Segura o Greca falando da trincheira

Existem duas coisas diferentes na administração pública: uma é fazer, a outra é contar vantagem do que fez. Tem gente que faz uma coisa melhor que a outra. Gustavo Fruet, por exemplo, pegou fama de que não fazia nada em parte porque não sabe cacarejar quando põe o ovo. Rafael Greca, por outro lado, pegou fama de que faz acontecer porque, além de ter seus méritos, sabe falar deles como ninguém.

Claro que a trincheira da Mario Tourinho é importante, dificilmente alguém vai dizer o contrário. A cidade cresce, e mesmo quem é contra a expansão descontrolada do sistema viário sabe que às vezes é preciso desafogar o trânsito. Agora, o carnaval que se fez e vai fazer com uma única obra de peso no trânsito da cidade é meio injustificado.

Greca teve um começo de gestão lentíssimo – chegou a inaugurar ponto de ônibus por falta do que mostrar. Apesar disso, saiu por cima dizendo que a culpa era do antecessor. Aí veio a inundação de asfalto (e, principalmente, de anúncios falando do asfalto). Mas mesmo assim as grandes obras não avançavam.

A Linha Verde continua emperrada como sempre. A maior obra viária que deveria ter saído no primeiro mandato, a Conectora 3, caiu num triste esquecimento. E sobrou a trincheira (uma única, solitária trincheira) na continuação da Avenida Batel. Mesmo essa levou quase cinco anos de mandato para ficar pronta, isso depois de alguns requintes de patetice como manterem a via fechada por meses, sem obra, até se darem conta de que era melhor esperar chegar as novas vigas antes de parar o tgrânsito.

Os próximos três anos não devem ser de grandes triunfos urbanísticos igualmente, A Covid come boa parte do orçamento que tinha ido para o fundo emergencial e a economia anda pra lá de problemática. O terceiro (e provavelmente último) mandato de Greca deve ter mesmo a trincheira como grande conquista. Mas quando ele contar a história, vai ser a maior e melhor trincheira de todo o planeta.

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