Reitor diz que arrancar faixa foi “elogio à ignorância”

Ricardo Marcelo disse que retirada de faixa do prédio histórico da universidade foi inacreditável

O reitor da Universidade Federal do Paraná, Ricardo Marcelo Fonseca, falou pela primeira vez após os protestos de manifestantes pro Bolsonaro, que resultaram na retirada da faixa “em defesa da educação”, que estava exposta na entrada do prédio histórico da universidade. Em entrevista ao Blog do Sakamoto, ele classificou o ocorrido como um “elogio ao obscurantismo e a ignorância”.

Para o professor, a faixa não tinha qualquer tipo de menção a movimentos políticos ou sociais. Simplesmente, estava exposta para defender a educação. “Isso indica que era a própria defesa da educação que estava sendo questionada raivosamente”, afirmou.

Um grupo de pessoas até tentou recuperar a faixa, mas nisso, houve um tumulto generalizado. Três fotógrafos, inclusive a repórter fotográfica Giorgia Prates, do Plural, registraram a faixa sendo retirada e foram agredidos por bolsonaristas, Um aluno da UFPR também sofreu com agressões dos manifestantes.

Segundo o reitor da UFPR, a partir do segundo semestre, todas as universidades federais devem parar. Afinal, não haverá dinheiro para pagar serviços de limpeza, vigilância, manutenção, transporte, nem contas de água e luz. Para ele, o debate sobre se o orçamento das universidades foi “cortado” ou “contingenciado” é apenas semântico. Essa discussão esconde o fato de que de qualquer forma não há verba suficiente para bancar serviços básicos.

Ricardo Marcelo também destacou que a causa da educação tem um universalismo muito maior do que o impulso de manifestantes que arrancam um cartaz em defesa dela. Para ele, tudo isso apenas reforça o papel fundamental das universidades nesse cenário tão obscuro.

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