Ratinho, um candidato a genocida

Governador reabre estado em meio à mais grave crise sanitária da história

Ratinho deve saber de alguma coisa que mais ninguém sabe. Só isso explicaria a decisão que ele anunciou nesta sexta (5) de reabrir o comércio e retomar as aulas. Uma pessoa normal, um mero mortal que tenha acesso apenas às informações disponíveis jamais faria algo assim. Não se estivesse de pleno exercício de suas faculdades mentais. Como reabrir o estado em meio à mais grave crise sanitária?

Ratinho fechou as escolas e o comércio na semana passado, e isso fazia sentido: a situação no Paraná é dramática, com mais doentes do que leitos. O que se vê é o prenúncio de uma calamidade pública, e o governador fez o certo. Aquilo que qualquer um com miolos faria: tentou impedir que o vírus se alastre ainda mais rápido.

No entanto, a situação não melhorou. Por que evidentemente essas coisas levam tempo. Os doentes não se curam só porque houve um decreto, nem se para uma pandemia assim, de um dia para o outro. Mas estávamos no caminho certo, e por isso quando o governador anunciou uma coletiva para dizer que tomaria novas medidas todo mundo achou que seria para apertar ainda mais o cerco ao vírus. Enfim, o governador parecia descolar de vez do bolsonarismo genocida e tomar o caminho da razão.

O que ele anunciou, porém, foi chocante. Para alguém com as informações que estão ao acesso de todos, a impressão é de que desistimos de lutar contra o vírus. A impressão é de que Ratinho está, deliberadamente, abrindo as portas para a Covid, entregando seus próprios eleitores e os demais paranaenses ao caos, à dor e à morte.

Porque os dados atuais mostram isso: que sem um lockdown, haverá mais gente morrendo na fila por uma vaga na UTI, como já aconteceu; que faltarão leitos, e que as famílias verão seus parentes perecendo sem sequer ser atendidos decentemente por um médico, em um hospital; que o vírus avançará sobre nós fazendo mais vítimas e numa velocidade ainda maior.

Por isso é de se acreditar que Ratinho sabe de algo a mais. Porque ninguém razoável tomaria uma decisão dessas com as informações que a ciência nos dá e que estão disponíveis para qualquer um. E então só sobram duas alternativas: ele tem conhecimentos esotéricos, inacessíveis a cidadãos comuns como nós; ou é simplesmente mais um candidato a genocida, como o presidente que ele e seu pai insistem em apoiar apesar de já terem contribuído para matar mais de 250 mil pessoas.

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