Quem é Indiara Barbosa, a vereadora mais votada de Curitiba?

Candidata do Novo fez mais de 12 mil votos afirmando que vai fiscalizar a prefeitura

Indiara Barbosa é uma absoluta desconhecida para a maioria dos curitibanos. Nunca exerceu cargo público, não apresenta programas na tevê, não é líder de uma seita religiosa… E no entanto, na noite desse domingo ela se tornou a vereadora mais votada da cidade. Como isso?

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A profissão de auditora contábil dificilmente é vista como um caminho para o sucesso político. De algum modo, porém, Indiara, de 37 anos, convenceu uma parte significativa do eleitorado de que seu conhecimento dos números a torna uma fiscal preparada para devassar as contas públicas, ajudando a diminuir desperdícios e encontrar malfeitos.

Mais de 12 mil pessoas decidiram votar nela com base nessa pauta. Claro: tem muito a ver com a história da “nova política”, que prefere profissionais liberais e gente que nunca exerceu mandatos a políticos de carreira. Indiara, não à toa, está no Novo, um partido que nasceu e se criou com esse discurso.

Funcionária de uma multinacional especializada em auditorias privadas, ela diz que vinha há tempos pensando em usar seu conhecimento de um modo que tivesse mais impacto social. “Comecei a fazer trabalhos voluntários, mas percebi que é na política que a gente pode ter esse impacto maior”, conta ela ao Plural.

A primeira tentativa foi uma candidatura a deputada federal. Bateu na trave. Na impossibilidade de ir a Brasília, veio a ideia de ser vereadora. E a votação foi impressionante. Indiara se tornou a primeira mulher na história a ser a vereadora mais votada da cidade.

Embora diga que vá se dedicar sobretudo à fiscalização, Indiara diz que isso não significa que ela vá fazer oposição a Rafael Greca (DEM), reeleito neste domingo. “A proposta do Novo é de independência. Fiscalizamos, mas não queremos atrapalhar a gestão”, diz ela. Na Câmara, ela terá uma colega de bancada: o Novo também elegeu Amália Tortato em Curitiba.

Entre as outras pautas que Indiara considera preferenciais estão a inovação, o empreendedorismo e a educação. Tudo a ver com o programa de seu partido, que acredita na ideia de que o Estado deve ser menos importante do que os cidadãos, e que quem vai levar o país para frente em última instância é o empresário, principalmente o que inova.

Quanto à representação das mulheres, Indiara diz que não se considera feminista, uma vez que o movimento é associado à esquerda – e ela diz estar mais à direita. Com isso, a nova vereadora não concorda com algumas pautas do feminismo, como a cota para mulheres. “Elegemos duas vereadoras pelo Novo. Mas não foi a cota que fez isso”, opina.

Embora não se associe ao movimento, Indiara diz que suas crenças a levam a ver algumas pautas relacionadas Às mulheres como imprescindíveis – como a ideia de garantir que haja creches suficientes para atender todas as mães que precisam trabalhar. “Mas isso tem mais a ver com minha defesa da liberdade do que com feminismo”, diz ela.

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