Prisão de Temer pode ser recado da Lava Jato para STF e Rodrigo Maia

Lavajatistas agirão mesmo que seja sem o Supremo, sem nada. Já está forte o suficiente para isso

A prisão de Michel Temer (MDB) é o primeiro passo importante da Lava Jato desde o início da briga com os demais poderes. Em meio à troca de farpas dos procuradores com Congresso e STF, a detenção de um ex-presidente é coalhada de significados.

Temer é ligado a alguns dos atores mais importantes do cenário nacional no momento, com destaque para Rodrigo Maia (DEM-RJ), atual presidente da Câmara, o popular Botafogo. Maia brigou com Sergio Moro na semana – será que já sabia do que estava para acontecer com seu amigo?

Outra: Maia é genro do ex-ministro Moreira Franco, que também foi preso nesta quinta.

A caça a Temer também serve de argumento para a importância da operação, que segundo Deltan Dallagnol e seus pares estaria ameaçada pela decisão do Supremo de manter os crimes de caixa dois na Justiça Eleitoral. Serve para colocar a população ao lado dos lavajatistas, que sempre souberam fazer bem o jogo do marketing.

Temer fez por merecer a prisão, certamente. Os indícios de que ele praticou crimes antes e durante seu governo sempre foram fartos. Só não foi afastado da presidência porque teve a conivência de deputados de todo o país. Em duas ocasiões, deveriam ter afastado o presidente e não o fizeram em troca de emendas parlamentares.

Porém, a essa altura, não ver um sentido político na decisão de Marcelo Bretas talvez seja ingenuidade. A Lava Jato está dando recados para a população, mas principalmente para o status quo político.

Agirá mesmo que seja sem o Supremo, sem nada. Já está forte o suficiente para isso.

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