“Plano de Economia Popular” do transporte coletivo compromete recursos públicos

Candidato à reeleição no ano que vem, o prefeito Rafael Greca (PMN) foi beneficiado pela manutenção do subsídio do transporte coletivo de Curitiba. A ajuda do governo estadual é de R$ 150 milhões e foi batizada de “Plano de Economia Popular”. Ao invés dos previstos R$5,20, o usuário vai pagar R$ 4,50 pela passagem.

Há quem diga que o acordo entre o prefeito e o governo pode ter sacramentado uma parceria para a reeleição de Greca em 2020. Porém, até o momento nada disso foi confirmado por aliados do governador. Lembrando que dois nomes ligados a ele estão visando a cadeira do prefeito, Fernando Francischini (PSL) ou Ney Leprevost (PSD) teoricamente entram na disputa com o apoio do governo.

Somado ao subsídio do governo (R$ 150 milhões), o município deverá gastar R$ 50 milhões para cobrir a diferença entre o custo real da passagem (R$ 5,20) e o valor a ser pago pelo usuário. Essa diferença de R$0,70 será coberta com dinheiro público que poderia utilizado em outros investimentos, como saúde e educação. Ou seja, a ajuda do governo, não esconde as verdadeiras deficiências do sistema de transporte.

Outra questão que vem sendo debatida é a Data-Base para motoristas e cobradores que vence nesta terça-feira (26). De acordo com a URBS, assim que houver o reajuste em torno de 3,5% para motoristas e cobradores, a tarifa técnica deve subir de R$ 4,79 para R$ 5,20. Porém, a promessa é de que o valor da passagem vai permanecer congelado até pelo menos fevereiro de 2020.

Apesar do alto subsídio, os problemas do transporte coletivo em Curitiba não foram resolvidos e persistem há alguns anos. Como por exemplo, a assinatura dos contratos de concessão em 2010 que já levantava muitas suspeitas sobre a ordem moral, ética e a viabilidade técnica da licitação do transporte.

Desde o início, não houve alterações nos contratos e o sistema é dependente do subsídio do governo estadual. Apesar da ajuda, não há um financiamento que torne o transporte auto-sustentável e busque um equilíbrio entre receita e despesa.

Para ter o subsídio do governo, as exigências são mínimas: A prefeitura só deve permitir o tráfego de ônibus metropolitanos pelas canaletas exclusivas; criar faixas exclusivas para os ônibus na capital; compartilhe terminais; além de facilitar a integração tarifária com linhas que atendem os municípios da Região Metropolitana de Curitiba.

Ao que tudo indica, o subsídio para o transporte público municipal deve permanecer de maneira indeterminada. Caso não haja a renegociação dos termos contratuais que possam ser nocivos à população, a tendência é que a ajuda do governo estadual se torne cada vez maior e recursos públicos devem continuar sendo comprometidos.

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