Pesquisa mostra disputa tumultuada pela prefeitura de Curitiba

IRG mostra que primeira tarefa de candidatos maiores é cooptar os menores

A pesquisa IRG publicada pelo Bem Paraná nesta semana provavelmente pode ser vista como o primeiro levantamento que dá para levar a sério na disputa para prefeito de Curitiba. O IRG é um instituto de certo renome e que tem se saído bem nos resultados dos últimos anos. E agora, faltando dez meses para a eleição, o cenário vai começando a se desenhar.

A primeira coisa que fica clara pelo levantamento é o excesso de candidatos. O cenário estimulado número 1, que arrisca nomes mais prováveis, tem nada menos que 12 candidatos, sendo que 11 deles aparecem com pelo menos 2% dos votos. Ou seja, uma votação não desprezível.

Numa situação dessas, os candidatos se acotovelam para ganhar destaque, mas dificilmente alguém consegue chegar a 50% no primeiro turno. No primeiro cenário, o atual prefeito Rafael Greca (DEM) lidera folgado, mas passa longe de uma vitória garantida. Teria 25,1% dos votos.

O mesmo cenário tem três outros candidatos acima de 10 pontos, que poderiam disputar o segundo turno com Greca: Ney Leprevost (PSD), Delegado Francischini (PSL) e Gustavo Fruet (PDT). E não é só isso: tem mais gente roubando votinhos de cada um deles.

A impressão é que um dos fatores fundamentais para definir a eleição será quem vai conseguir tirar mais gente do seu caminho. Se um candidato conseguir apoio de vários nomes que hoje têm 5%, 7%, ou mesmo 2%, poderá ter uma diferença importante sobre os adversários.

É agora que começam essas conversas, que vão terminar lá à beira das convenções, em julho. Mas certamente os principais candidatos engolirão nomes menores. E mesmo entre os líderes, é possível imaginar um desistente: muita gente aposta, com base no passado, que Francischini acaba entregando os pontos antes da hora.

Dentre os líderes, quem tem a situação mais confortável é Greca, com a liderança e a vantagem de estar no poder. Quem tem a situação mais delicada é Fruet, que apesar de ter sido prefeito recentemente aparece na rabeira do primeiro pelotão e sem ter muito para onde crescer à esquerda.

Um fator que precisa ser levado em conta e que até aqui tem passado quase despercebido é a força do deputado Luizão Goulart (Republicanos), que teve votações impressionantes em Pinhais e agora aparece com cerca de 4% aqui, mesmo sem nunca ter disputado uma eleição na cidade e sem ter nem começado a fazer campanha.

Evidente que, a essa altura, não há nada decidido. Mas parece que vai ser uma eleição em dois turnos e que os nomes dos dois candidatos que chegarão à disputa final só serão conhecidos em cima da hora.

Veja os números:

Estimulada 1

Rafael Greca (DEM) 25,1%
Ney Leprevost (PSD) 13,7%
Gustavo Fruet (PDT) 12,8%
Delegado Francischini (PSL) 10,9%
Luciano Ducci (PSB) 6%
Christiane Yared (PL) 5,6%
Luizão Goulart (Repub) 3,6%
João Arruda (MDB) 2,9%
Tadeu Veneri (PT) 2,8%
Maria Victória (PP) 2,3%
Eduardo Pimentel (PSDB) 1,7%
Zé Boni (PTC) 0,4%
Não sabe /não respondeu 8,8%
Nenhum 3,3%

Estimulada 2

Rafael Greca (DEM) 28,9%
Ney Leprevost (PSD) 15,3%
Delegado Francischini (PSL) 13,9%
Luciano Ducci (PSB) 7,8
Christiane Yared (PL) ¨7%
Luizão Goulart (Repub) 4,1%
Tadeu Veneri (PT) 3,5%
João Arruda (MDB) 3,4%
Goura (PDT) 1,6%
Não sabe /não respondeu 10%
Nenhum 4,4%

Espontânea

Rafael Greca (DEM) 11,6%
Ney Leprevost (PSD) 2,6%
Gustavo Fruet (PDT) 2,2%
Ratinho Júnior (PSD) 1,9%
Delegado Francischini (PSL) 0,6%
Roberto Requião (MDB) 0,5%
Luciano Ducci (PSB) 0,4%
Sérgio Moro (sem partido) 0,4%
Tadeu Veneri (PT) 0,4%
Requião Filho (MDB) 0,4%
Jaime Lerner 0,4%
Christiane Yared (PL) 0,4%
Luizão Goulart (Repub)
Goura 0,4%
Gleisi Hoffmann (PT) 0,1%
Cássio Taniguchi (DEM) 0,1%
Eduardo Pimentel (PSDB) 0,1%
Não sabe/não respondeu 74,15%
Nenhum 3,1%

A pesquisa do IRG ouviu 1.200 eleitores em Curitiba entre 9 e 13 de dezembro. A margem de erro é de 3% para mais ou para menos.

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