A desembargadora Priscila Placha Sá começou sua carreira no TJ, nesta quinta, fazendo um belo discurso sobre meritocracia e condição da mulher. As mulheres, embora sejam metade da população, ainda têm só 20 das 120 cadeiras do tribunal.
“A nomeação que ao final se tem não é um auto-registro meritocrático, pois reconheço o meu rol de privilégios que intersecciona sisgeneridade, racialidade e classe e que me faz dispor de um capital de oportunidades que não se encontra disponível, infelizmente, para um grande número de garotas”, disse.
Ou seja: mais do que mérito individual, ela sabe que foi beneficiada por ser branca, heterossexual e vir de uma família com certa condição financeira.
”O afastamento das garotas da escola não é só o afastamento de uma formalidade educacional, mas é também o traço distintivo de outros perigos a que tantas meninas estão sujeitas, como o casamento infantil, a gravidez precoce e as violências; dilemas que batem às portas desse tribunal pelas mais diversas câmaras, tanto cíveis quanto criminais. E é por isso que sou grata à minha mãe que me fez estudante”, concluiu.