No fim de semana em que Bolsonaro ameaça o país, Ratinho aparece como seu maior apoiador

Revista Veja diz que governador do Paraná é o grande apoio de Bolsonaro nos estados

No mesmo fim de semana em que Jair Bolsonaro deu suas declarações mais autoritárias e antidemocráticas desde o início do governo, Ratinho Jr. (PSD) foi citado na mídia nacional como o governador que mais se alinha com o presidente.

A revista Veja fez uma reportagem mostrando o distanciamento dos governadores em relação ao bolsonarismo. E deu uma foto gigantesca de Ratinho, dizendo que ele virou o líder dos que ainda permanecem ao lado do presidente (apesar de tudo).

A revista citou uma frase que o governador tem repetido, inclusive em entrevista à bolsonarista CNN Brasil: não é hora de perder tempo discutindo política, é preciso se dedicar ao combate da pandemia.

Isso explicaria por que Ratinho, por exemplo, não assinou uma carta feita por vinte outros governadores criticando o presidente por ir a um ato que pedia o fechamento do Congresso Nacional e do STF e ter dito, entre um acesso de tosse e outro, que não aceitava negociações.

Ora, qualquer um que tenha acompanhado o noticiário sabe que a abordagem da pandemia é um assunto eminentemente político – tanto quanto sanitário. Para tratar do assunto, é impossível não se posicionar entre as opiniões do presidente, que acha que se trata só de uma gripinha, e a dos demais governadores, que têm tomado atitudes firmes.

Ratinho se posicionou, neste caso, ao lado dos governadores. Mas evita criticar Bolsonaro mesmo depois de absurdos ainda maiores pronunciados neste fim de semana – o presidente disse que chegou ao limite e que tem as Forças Armadas a seu lado.

As explicações só podem ser duas. Na primeira, Ratinho não está nem aí para a democracia, e portanto não critica Bolsonaro porque para ele tanto faz o presidente ameaçar o país com o uso do exército.

Na segunda, Ratinho está feliz da vida com as benesses que recebe de Brasília: dinheiro a rodo de Itaipu, viagens ao exterior na comitiva presidencial, tratamento diferenciado. E para ele isso valeria mais do que a democracia.

Seja como for, a aposta de Ratinho está feita. Ele se atrelou ao bolsonarismo junto com seu pai, que foi fazer uma entrevista com o presidente e acabou produzindo uma imensa peça de propaganda governista (Ratinho pai, aliás, recebeu R$ 900 mil para falar bem da Reforma da Previdência).

Se Bolsonaro se der mal, como fica Ratinho? E se o presidente levar adiante seus planos alucinados de poder, o que dirá o governador?

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