Mesmo após carta da arquidiocese, evangélicos mantêm ataque a Renato Freitas

Vereador petista responde a procedimento no Conselho de Ética após protesto na Igreja do Rosário

Os integrantes da bancada evangélica da Câmara de Curitiba não recuaram de suas acusações contra Renato Freitas (PT) mesmo depois de a Igreja Católica ter divulgado uma carta amenizando suas críticas ao vereador. Nesta semana os religiosos voltaram à carga pedindo punição ao petista.

Freitas é alvo de um procedimento no Conselho de Ética por ter entrado na Igreja do Rosário em 5 de fevereiro durante um protesto antirracista. Na época, o movimento negro se manifestava em função do assassinato de dois homens negros no país, um congolês e um carioca.

A Cúria da Arquidiocese de Curitiba afirmou na carta que Renato Freitas entrou na igreja apenas depois da missa e pediu que o caso não seja politizado. Também sugeriu que a pena de cassação seria um exagero, e pediu uma punição menor.

Para a bancada evangélica, porém, o pedido de desculpas de Renato Freitas também não bastou. Na sessão plenária desta quarta, Ezequias Barros (PMB), afirmou que o pedido de desculpas “não foi sincero”. O pastor Marciano Alves (Solidariedade) acusou Freitas, que inclusive se considera cristão, de “cristofobia”.

O clima ficou pior ainda quando Osias Moraes (Republicanos), ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, pediu que fosse exibido um vídeo que, segundo ele, mostra o padre celebrante da missa “coagido” com o protesto, que no momento ocorria fora da igreja.

Renato Freitas também reagiu e disse que achava suspeito o apoio da Universal à Igreja Católica, lembrando o caso em que um representante da igreja chutou uma santa em rede nacional de tevê.

O presidente da Câmara, Tico Kuzma (Pros), acabou interrompendo a sessão por quinze minutos para que os ânimos se acalmassem. Depois disso, Osias Moraes disse que não pediria mais a exibição do vídeo.

A disputa entre Renato Freitas e os evangélicos vem de antes do protesto na igreja do Rosário. Em seu primeiro ano na Câmara Freitas comprou briga com a bancada religiosa ao dizer que havia pastores “trambiqueiros”.

O procedimento contra Renato Freitas tem nova sessão de instrução na próxima segunda (11).

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