Intolerância contra religiões afro no Paraná fica acima da média do país

Centenas de denúncias chegam anualmente ao ministério dos Direitos Humanos

Somente em 2018, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MDH) registrou mais de 300 denúncias de intolerância religiosa no Paraná, sendo metade contra religiões de matriz africana: 77 da umbanda, 47 do candomblé e 28 de demais cultos. Um ano antes, 100% das denúncias foram contra seguidores do candomblé ou umbanda.

A taxa está acima da média brasileira, em que a violência contra cultos e crenças de matriz africana representam 30% das denúncias.

E o número vem aumentando. De acordo com matéria publicada no Livre.jor, nos últimos quatro anos, o volume de denúncias de intolerância contra religiões de matriz africana dobrou. Em 2015, 15% dos registros eram de violência contra praticantes de umbanda, candomblé ou de cultura afro. De lá pra cá, a proporção passou para 23% em 2016 e para 27% em 2017, chegando a 30% no ano passado.

Em menos de dez dias, dois centros religiosos foram destruídos na capital paranaense. O Centro Espírita Tempo Império da Rainha foi vítima de um incêndio criminoso no dia 24 de julho. As imagens de segurança analisadas pela polícia mostraram dois homens ateando fogo na construção.

Os membros do Terreiro de Umbanda das Marias, destruído pelas chamas no último dia 1º, acreditam também terem sido vítimas de preconceito. Ainda não há laudo oficial que confirme o ato criminoso, mas atividades suspeitas foram percebidas pelos praticantes nas últimas semanas.

Serviço

O Disque 100 funciona diariamente, 24 horas por dia, incluindo sábados, domingos e feriados, recebendo denúncias de violações de direitos humanos relacionadas aos seguintes grupos e/ou temas:

• Crianças e adolescentes
• Pessoas idosas
• Pessoas com deficiência
• Pessoas em restrição de liberdade
• População LGBT
• População em situação de rua
• Discriminação ética ou racial
• Tráfico de pessoas
• Trabalho escravo
• Terra e conflitos agrários
• Moradia e conflitos urbanos
• Violência contra ciganos, quilombolas, indígenas e outras comunidades tradicionais
• Violência policial (inclusive das forças de segurança pública no âmbito da intervenção federal no estado do Rio de Janeiro)
• Violência contra comunicadores e jornalistas
• Violência contra migrantes e refugiados

As ligações podem ser feitas de todo o Brasil por meio de discagem gratuita, de qualquer terminal telefônico fixo ou móvel (celular), bastando discar 100.

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