Greca recua, diz que não barganha com vidas e tenta se isentar de possível aumento de casos

“Assim como não fizemos quarentena em março, agora não liberou geral”, afirmou Greca, insistindo que jamais determinou o fechamento do comércio.

O prefeito Rafael Greca (DEM) fez uma nova live nesta quinta-feira (16) recuando em relação ao que tinha dito 24 horas antes sobre a abertura do comércio em Curitiba. Na quarta (15), Greca havia dito que o comércio podia funcionar, desde que seguindo certos protocolos. Na nova versão, só comércios “essenciais” deverão abrir.

As medidas passaram a ser anunciadas depois de forte pressão de associações comerciais, que desejavam que além de não proibir o funcionamento, o prefeito dissesse explicitamente que as lojas podiam ficar abertas. Na live de quarta, porém, assessores dizem que Greca se excedeu e deu a entender que haveria uma liberação geral.

Nesta quinta, o prefeito recuou e disse que houve “ruído” na comunicação. “Eu não barganho vidas”, disse o prefeito. “Assim como não fizemos quarentena em março, agora não liberou geral”, afirmou ele, insistindo que jamais determinou o fechamento do comércio.

Pressionado por um lado pelos comerciantes e por outro receoso da disseminação da pandemia em Curitiba, o prefeito parece ter optado por um meio caminho. Na lice de quinta, disse que “não está autorizando nem deixando de autorizar” a abertura do comércio. Ou seja: a responsabilidade aparentemente recai sobre cada comerciante.

O pronunciamento de quarta obviamente tinha tom diferente, a ponto de Camilo Turmina, presidente da Associação Comercial do Paraná (ACP), ter dado entrevista dizendo que agora o comércio reabria com o aval do prefeito.

Assessores de Greca, no entanto, lamentaram a fala do prefeito e disseram que não era isso que estava combinado – até porque a decisão de uma liberação mais ampla vai contra as orientações da Organização Mundial da Saúde e das autoridades sanitárias.

De todo modo, a resolução publicada nesta quinta não diz em nenhum momento que há restrições de funcionamento, exceto para shoppings, galerias e centros comerciais. E no fundo os lojistas poderão trabalhar desde que sigam algumas regras como oferecer álcool gel, máscaras e manter um metro e meio entre os clientes na fila de pagamento.

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