Greca bate boca com artistas no Facebook contra “som estridente”

O prefeito Rafael Greca voltou a praticar seu esporte favorito, a discussão via Internet com gente que discorda de suas atitudes. Dessa vez, o alvo foi a jornalista Ana Carolina Caldas.

Os artistas fizeram um protesto nesta terça no Centro da cidade reclamando do decreto 1422, assinado em 18 de dezembro passado por Greca, e que impõe uma série de regras sobre onde, quando e como os artistas podem se apresentar. No Facebook, Greca não se conteve.

“A senhora defende uma torre de Babel o dia todo sob as janelas de 6 faculdades e escolas e centenas de escritórios, consultórios, estúdios profissionais. Raciocine”, escreveu o prefeito. “A cidade não tem apenas as 2 quadras da Boca Maldita para oferecer aos artistas de rua. Não sou contra a Arte. Sou contra som estridente.”

Ana Carolina respondeu pedindo diálogo e fazendo uma gracinha com o prefeito, pedindo para ele “ser feliz”, como ele pediu a este colunista em outra ocasião, cantando o tema de “Chapeuzinho Vermelho”. “Chama os artistas pra dialogar. Vai pra rua, Prefeito, ver alegria dos bloquinhos de carnaval. Seja feliz, Prefeito. Fim”, disse.

Na réplica, Greca disse que estão pintando um prefeito que ele não é. “Eu sou muito feliz e realizado em servir a maioria dos curitibanos. Nada contra blocos que tenham responsáveis. Tampouco contra artistas não estridentes – que não atrapalhem o trabalho e o estudo. Este que vocês pintam é quem gostariam que eu fosse. Mas eu sou o que sou.”

Por fim, na tréplica, a jornalista disse que o prefeito deveria se preocupar com outras coisas. “Chamar artista de estridente já mostra seu conceito equivocado de arte e cultura. Mas, o senhor deve ter mais o que fazer, né. A cidade tá cheia de problemas. Bom trabalho.”

Em outro local, Greca escreveu um texto mais completo sobre seu posicionamento.

“Nada contra a Arte. Sempre bem vinda. Sobremaneira a música acústica. O problema é que o direito de uns ( a produzir barulho) acaba quando conflita com o direito de outros ( a ter silêncio para o trabalho e o estudo). Até em Paris,Barcelona, NY ou Roma, os artistas de rua tem licença e não podem ter ponto fixo, quanto mais ligar caixas de som fazendo gambiarras (perigosas) na rede de iluminação pública. É simples ordenamento urbano, o que distingue Curitiba no Brasil e no mundo.”

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