Passou meio batida em função do feriadão de carnaval uma notícia com potencial explosivo para os processos de Lula e para a política nacional como um todo. Um ex-executivo da empreiteira OAS, Adriano Quadros de Andrade, afirmou em juízo que a empresa pagou a seus diretores para “ajustar os depoimentos a seus interesses”. A referência, claro, é à Lava Jato.
A OAS, caso alguém não lembre, é a empreiteira que construiu o prédio no Guarujá. Aquele onde, segundo a decisão judicial que condenou Lula a 12 anos de cadeia, o ex-presidente teria um tríplex. Na versão que baseou a sentença, Lula ganhou o imóvel como propina.
O problema é que sempre houve o questionamento de que a sentença era baseada sobretudo nas delações. E as delações foram feitas majoritariamente por executivos da OAS – com especial destaque para Leo Pinheiro, o presidente da empreiteira e amigo de longa data de Lula.
Por enquanto, trata-se apenas do depoimento de um ex-executivo, que foi à Justiça do Trabalho dizendo ter sido demitido por não aceitar o acordo para mentir no depoimento. Segundo ele, a empresa pagou R$ 6 milhões aos dirigentes para que os depoimentos coincidissem,
Na Justiça trabalhista, um outro colega de Andrade corroborou a versão dele. Ainda é pouco para comprovar que houve mesmo uma ação para condenar Lula. Sabe-se, porém, que foi a entrega da cabeça do ex-presidente numa bandeja que reduziu as penas dos delatores.
Em entrevista ao Plural, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, diz que o partido vai agir. “Isso comprova o que sempre dissemos, armaram delações para incriminar e condenar Lula. Cabe ao STJ e ao Supremo repararem isso”, diz a deputada federal.
O julgamento do caso de Lula no STF deve acontecer ainda neste mês.
https://www.plural.jor.br/acordo-com-empresas-pode-chegar-a-bilhoes-e-baixar-pedagio-no-estado-todo/