Em oito meses, Bolsonaro desrespeita sete eleições em universidades

Repercussão não foi maior porque instituições afetadas até agora são de pequeno porte

Em apenas oito meses de governo, Jair Bolsonaro (PSL) já desrespeitou por sete vezes a decisão da comunidade universitária ao nomear dirigentes para institutos e universidades federais. A última nomeação aconteceu na semana passada, na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) . O escolhido para o cargo, Marcelo Recktenvald, é professor efetivo da UFFS e pastor batista em Chapecó. Seu nome era o terceiro da lista enviada pela instituição.

Até o momento, a repercussão ainda não foi maior porque, por acaso, as trocas aconteceram em instituições de menor porte. Ainda não chegou às mãos do presidente nenhuma eleição de universidades como a UFRJ, a UFPR ou a UnB.

Bolsonaro vem rompendo com a tradição, iniciada no governo do ex-presidente Lula, de nomear para a reitoria o primeiro dos três nomes da lista encaminhada pelas universidades. A nomeação do primeiro indicado pelo colegiado eleitoral era um meio de respeitar a escolha da comunidade acadêmica.

Em oito meses de governo, Jair Bolsonaro implementou uma série de medidas contrárias à autonomia e à continuidade das universidades e institutos federais. Além das nomeações de reitores não eleitos pelos acadêmicos, o governo determinou a extinção de cargos de confiança, o corte de 30% do orçamento das instituições e a retenção de R$ 330 milhões da Capes, instituição que concede bolsas de pesquisa, limitando consideravelmente a produção científica no país.

Até agora, já houve inversão da lista ou desrespeito total à votação nas seguintes instituições:

  • UFTM – Universidade Federal do Triânculo Mineiro
  • UFRB – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
  • UFVJM – Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
  • UFC – Universidade Federal do Ceará
  • UFGD – Universidade Federal da Grande Dourados
  • CEFET-RJ

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