Em 2012, Luizão Goulart se transformou em notícia nacional. Prefeito de Pinhais, ele conseguiu a reeleição uma votação absurda: foram 93% dos votos válidos. Depois disso, saiu da prefeitura bem avaliado, fez a sucessora e fez uma votação impressionante para deputado federal. Foram 141 mil votos, a quarta maior votação do estado.
Agora, Luizão quer ser prefeito de Curitiba, Na semana passada, lançou sua candidatura pelo Republicanos – partido em que entrou depois de abandonar o PT no meio da crise do impeachment. Apesar do estofo eleitoral e do histórico, há uma coisa curiosa: ninguém está prestando atenção à candidatura dele.
Quer dizer, ninguém fora do mundinho político. Porque nos bastidores sabe-se que ele não deve fazer feio na disputa e pode ter peso no segundo turno. Por isso, já houve inclusive quem fizesse convite para que ele fosse vice em outras chapas. Mas ele diz que não vale a pena largar um mandato em Brasília para ser vice.
O Plural entrevistou Luizão sobre a candidatura:
O sr. foi muito elogiado por uma gestão num município de 130 mil pessoas. Mas Curitiba tem 2 milhões de habitantes e um orçamento gigantesco. A experiência em uma cidade menor é realmente útil?
Claro que Curitiba é muito maior. Mas ter uma gestão de oito anos ajuda muito. Acho que tem muitas coisas que fizemos em Pinhais e que podemos levar para Curitiba. Pinhais não tem rua de saibro, todas tem alguma pavimentação. Cuidamos das enchentes do nosso lado do Atuba, agora tem que fazer o mesmo do lado de Curitiba. Investimos em educação em tempo integral. Eu já pilotei um caminhão pequeno, agora, Curitiba é uma carreta bitrem. Tenho que só tomar cuidado com o tamanho para não fazer barbeiragem.
O seu partido não é tão grande e há muitos candidatos tentando alianças. Como não sumir no meio da disputa?
O Republicanos é um partido com 32 deputados federais, tem alguma expressão, tem tempo de tevê, Eu sempre montei chapas grandes, aqui acho que não vai ser possível. Mas isso não é o mais importante. A eleição do Bolsonaro mostrou que não são grandes coligações e partidos grandes que ganham eleição. O conceito mudou. É importante ter presença nas redes sociais, isso fura todos os bloqueios.
O sr. foi filiado ao PT durante a maior parte da carreira. Como lida com isso hoje? O sr. se considera de esquerda?
Sempre digo que sou de centro. Estar no PT foi útil para Pinhais, o partido tinha chegado à Presidência na mesma época. Mas houve um desgaste e acabei saindo. Hoje estou à vontade no Republicanos, que é um partido que não é nem radical de esquerda, nem radical de direita.
O partido tem votado com Bolsonaro, inclusive na reforma da Previdência. O que o sr. acha do atual governo?
Tem erros como todo governo, mas em muitas pautas a posição do presidente é a mesma do nosso partido. No caso da reforma da Previdência, por exemplo, como já estive à frente de uma prefeitura, sei da necessidade de mudar as regras, votei totalmente consciente do que estava fazendo.
O sr. deve ser um vice cobiçado por muitos parftidos. Existe essa hipótese?
Já fui sondado. Mas tendo um mandato de deputado não valeria a pena. Teria que renunciar de qualquer jeito. Então a candidatura é a prefeito mesmo.