O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, preso depois de seu tumultuado mandato, que culminou no impeachment de Dilma Rousseff (PT), conta em seu novo livro, que acaba de ser publicado, que teve apoio oculto de Beto Richa (PSDB), à época governador do Paraná, para se eleger.
Em fevereiro de 2015, Cunha se elegeu numa disputa contra Arlindo Chinaglia (PT) e Júlio Delgado (PSB). Em público, o governador paranaense não tomou posição – faria sentido que ele apoiasse Delgado, uma vez que o PSB era próximo dele. Nos bastidores, porém, segundo Cunha, Beto tinha lado.
Segundo Cunha, a primeira viagem oficial dele em busca de votos foi ao Paraná, onde visitou Richa, que acabava de ser reeleito. “À noite tive um jantar reservado com ele, a partir do qual passou a me apoiar independentemente da posição do PSDB”, conta Cunha.
“Richa também começou a pedir votos para mim, tendo me dado quatro votos na eleição, do PSDB e do PSB, embora na imprensa declarasse que iria esperar o posicionamento do partido”, afirmou.
A bancada paranaense na Câmara na época tinha três tucanos (Rossoni, Hauly e Kaefer) e dois deputados do PSB: Ducci e Leopoldo Meyer. Se Cunha estiver certo, só um deles votou em Delgado.