Capitulação de Barros mostra força de Ratinho para 2022

Líder do governo Bolsonaro parece saber que não tem como enfrentar o governador

Ricardo Barros tem fama de ser o sujeito que mais sabe articular candidaturas. Em 2014, por exemplo, deu um nó em Beto Richa ao lançar um candidato falso (seu irmão), o que obrigou o governador a aceitar Cida Borghetti como vice. E ele sabe que para fazer esse tipo de negociação você não pode piscar, tem que ficar impassível até o último momento.

Pois neste ano Barros fez tudo ao contrário: foi o primeiro a capitular diante de Ratinho Jr., comparecendo ao Palácio para dizer que vai apoiar a reeleição. Apresentou alguns nomes do seu Progressistas para ocupar a vice ou a vaga ao Senado (mas sabe que dificilmente vai levar, depois de já ter entregado o ouro).

Por que ele fez isso? Duas possibilidades. Por um lado, como líder de Jair Bolsonaro, ele tem a obrigação de facilitar a reeleição do presidente. É isso que vai lhe dar mais poder a partir de 2023. E Ratinho é peça importante nesse processo, é importante ter a parceria funcionando.

Por outro lado, Barros sabe que Ratinho hoje é uma barbada no Paraná. O governador não tem um adversário à altura, e não faz sentido apostar numa candidatura alternativa de direita, representada pelo clã de Barros. Se houver um oponente, virá pela esquerda.

De todo modo, Barros deu o pontapé inicial da campanha. Agora é ver quem mais capitula diante de Ratinho – e se sobra alguém para enfrentá-lo.

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