Ato contra fechamento de fábrica distribui 1,5 tonelada de feijão

Objetivo é mostrar à população o impacto do fechamento da unidade no preço dos alimentos

Colaborou Rafaela Moura.

Trabalhadores da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados S/A (Ansa/Fafen-PR) e familiares participam, na próxima quarta-feira (29), em Araucária, do ato “Arroz e feijão mais caros – contra o fechamento da Fafen-PR”. Serão distribuídos gratuitamente 1.500 quilos de feijão a moradores da cidade. O objetivo é chamar a atenção da população para os impactos negativos da paralisação das atividades da unidade, anunciada pela Petrobras em 14 de janeiro.

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Petroquímicas do Estado do Paraná (Sindiquímica-PR), que promove o ato junto à Federação Única dos Petroleiros (FUP), a hibernação da unidade e o arrendamento de duas outras fábricas de fertilizantes da Petrobrás – a Fafen-BA e a Fafen-SE – levarão o país a ficar ainda mais dependente da importação de insumos para a agricultura.

A sujeição ao mercado internacional pode resultar em produtos finais mais caros para o consumidor, tanto pela flutuação de preços dos insumos, quanto pelo risco de não receber fertilizantes em quantidade suficiente em caso de guerras e conflitos.

“Queremos chamar a atenção dos moradores de Araucária da importância que a Fafen-PR tem não apenas para a cidade, mas para o país. A distribuição de feijão tem um grande peso simbólico. Trata-se de uma cultura que usa bastante fertilizantes nitrogenados e de um produto importantíssimo na alimentação do povo brasileiro, junto com o arroz. Ele representa a energia do brasileiro”, explica o diretor da FUP, Gerson Castellano.

Prejuízo

Dados do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis Zé Eduardo Dutra (Ineep) indicam que o município de Araucária vai sofrer impacto de R$ 75 milhões anuais com a demissão dos 396 funcionários da Fafen-PR e dos 600 terceirizados. Outros dois mil empregos estão ameaçados nos setores de comércio e serviços do município e cidades da região metropolitana de Curitiba.

Os cofres do governo do estado do Paraná também sofrerão com a paralisação da unidade. O prejuízo na arrecadação do ICMS pode chegar a R$ 50 milhões por ano. Na próxima quinta-feira (30), o governador Ratinho Jr. (PSD) vai ao Rio de Janeiro para debater o tema com o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco.

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