Se a fala misógina do deputado Homero Marchese (Republicanos) na CCJ da Assembleia Legislativa do Paraná teve um lado positivo foi o de ajudar a jogar luz na discussão sobre o aumento de cargos comissionados que a Mesa Diretora pretende fazer. Como mostrou a repórter Angieli Maros, a fala de Marchese, dizendo que há poucas deputadas porque as eleitoras mulheres preferiram assim, foi repudiada pela cúpula da Assembleia. Irritado, Homero Marchese usou a tribuna e desancou a atual gestão do Legislativo.
Para mostrar que Ademar Traiano (PSD) e Luiz Cláudio Romanelli (PSD) não teriam “moral” para criticar sua fala, Marchese disse que os dois estão inchando a Assembleia com cargos desnecessários. E como indício disso, levou alguns dados. Exemplo seria a existência de dez funcionários comissionados na Frente Parlamentar da Erva-Mate. Ou a permanência de dois comissionados em uma CPI que já nem existe mais.
Segundo Marchese, hoje seriam 1.777 funcionários comissionados pagos mensalmente pela Assembleia. Ou seja, pelo contribuinte. E a tese que ele tentou construir é que Traiano e Romanelli só o repudiaram pela fala contra a bancada feminina porque o veem como um desafeto que denuncia esse excedente de cargos.
Pode não ser, mas agora cabe à gestão da Assembleia que precisa mesmo gastar mais R$ 31 milhões mensais em cargos sem concurso, em ano eleitoral. E que realmente são necessárias dez pessoas para auxiliar os deputados a lutar pela erva-mate paranaense.
A quem interesse, eis a lista dos comissionados da Frente Parlamentar da Erva-Mate:
Bloco da erva-mate:
- AMANDA TOLEDO CORTIANO;
- BRAYAN VINICIUS PEREIRA ROQUE;
- CAMILA LUIZA CUNHA BERNARDO ARAGAO;
- CESAR AUGUSTO DA SILVA;
- EDNA FERREIRA DE SOUSA COSTA;
- FERNANDA LEZINHO LEMOS;
- FRANCISCO CARLOS PINEDA LOPES FILHO;
- LUIS FERNANDO ARAUJO STELLFELD;
- WASHINGTON JOSE SETTI JUNIOR;
- ZILMAR DOS SANTOS