Um difícil começo ou recomeço: alunos, professores e comunidade

O acompanhamento psicológico oferecido aos alunos, professores e funcionários deve ser prioritário nesse retorno às aulas

A pandemia da Covid-19 trouxe uma experiência inusitada e traumática para os diferentes segmentos da sociedade. O medo, a insegurança e a ansiedade são alguns dos sentimentos vividos pela população mundial, que busca, aos poucos, retornar às rotinas sociais, profissionais e acadêmicas.

Dentre os setores que buscam o retorno à normalidade das atividades está a educação, que vem travando uma luta diária com inúmeras orientações e protocolos sanitários para garantir a segurança dos seus alunos, professores e funcionários. Para além dos cuidados e adaptações no ambiente educacional, a reorganização do calendário escolar, as mudanças nas datas de retorno, entre outras dificuldades, são alguns dos desafios que o contexto escolar tem passado.

Em meio a toda essa turbulência, destaco os aspectos psicológicos e emocionais que sem dúvida serão os maiores desafios para esse público. A escola será um ambiente que promoverá o encontro de pessoas com diferentes níveis de prejuízos emocionais causados pela pandemia, como o falecimento de uma pessoa próxima, o enfrentamento à violência doméstica ou o desemprego de um familiar.

Então, como enfrentar tantos desafios? Qual a melhor estratégia a seguir? Será que o ensino será diferente pós pandemia? Será que as pessoas serão diferentes? Essas são algumas das perguntas que fazemos e ouvimos diariamente, mas sem respostas.

Qual seria a melhor projeção para esse cenário? Muitos especialistas, como educadores, médicos e psicólogos, entre outros, vêm trabalhando na busca de estratégias que possam minimizar os impactos inevitáveis do distanciamento social, causados pela pandemia.

O acompanhamento psicológico oferecido aos alunos, professores e funcionários deve ser prioritário nesse retorno às aulas. Apesar dos inúmeros desafios que estamos passando, podemos e devemos olhar esse panorama de uma maneira mais otimista e menos alarmista, mesmo com os noticiários negativos e a gravidade do momento.

Na busca por bases legais sobre o tema, é possível destacar a nota técnica Educação na pandemia: o retorno às aulas presenciais frente à Covid-19.

“[…] destacam-se quatro possíveis legados, que, se bem aproveitados, podem representar avanços substantivos para as políticas educacionais no médio e longo prazos. São eles: (I) articulação Inter setorial como estorço perene; (II) institucionalização de políticas de recuperação da aprendizagem; (III) fortalecimento da relação família-escola; e (IV) introdução da tecnologia como aliada continua” (SCHNEIDER et. al., 2020, n.p.).

Os legados citados na nota técnica nos apresentam o lado otimista dessa tragédia, em que a mudança abrupta pela qual estamos passando pode ser o início de uma nova educação e não o reinício da velha educação.

Muitos paradigmas foram quebrados e novos aprendizados estabelecidos. Para alguns um ano perdido, para outros a oportunidade de rever processo, fluxos, empatia, aprendizagem e metodologias. Acredito em uma nova educação, mais flexível, contextualizada, interativa, comprometida com as diferentes realidades do nosso país.

O retorno às aulas, sem dúvida, será um grande desafio, cheio de incertezas. Cabe ao professor seguir em frente, aprendendo e não resistindo, enfrentando com coragem e resiliência. Para o aluno inseguro, um olhar acolhedor; para a dificuldade de aprendizagem, uma nova possibilidade de ensino.

E que possamos compreender que o ensino remoto, híbrido, EaD e telepresencial são possibilidades reais e possíveis.

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