Palavras que traem as crianças e ferem a alma brasileira

O valor de cada vida é imensurável, o valor da vida de uma criança é indizível, porque junto com ela se vai a esperança de vir a ser

“Não há mortes de crianças que justifiquem algo emergencial”, e ainda “morre o número esperado de crianças no Brasil por Covid”. Frases do inominável ao comentar sobre vacinação de criança de 5 a 11 anos.

Essas frases ditas por qualquer pessoa já são de arrepiar, dita por aquele que recebeu a delegação do povo para dele cuidar é de soar no abismo até o infinito.

Toda morte é sofrimento, mas as mortes evitáveis são inaceitáveis justo porque são evitáveis. Nesta pandemia morreram no Brasil 7 vezes mais crianças que em outros países e emplacamos um segundo lugar de morte de crianças por Covid, num estudo que comparou 11 países (tendo acima de mil mortes por milhão de habitantes e com menos de 20 milhões de habitantes). A cada 1 milhão de crianças morrem 32 no Brasil, sem contar aquelas milhares que ficaram órfãos e terão suas vidas marcadas para sempre. Muitas crianças foram a óbito por diagnóstico tardio, ausência de testes, falta de infraestrutura nos hospitais, complicações pós-Covid sem recursos de tratamento etc… Em resumo por falta de política pública séria e consequente. As estatísticas comprovam que morreram mais crianças negras e indígenas. Exatamente a população mais vulnerabilizada com recursos limitados, que sofre a ausência de política de proteção à infância. Isso seria muito EVITÁVEL.

O valor de cada vida é imensurável, o valor da vida de uma criança é indizível, porque junto com ela se vai a esperança de vir a ser. A perda do direito de viver. Vida interrompida precocemente não é esperado. Nenhuma criança deveria morrer como ciclo natural da vida, mais do que isso, nenhuma criança deveria morrer por morte evitável. Isso é falta de Estado, no caso presente do Brasil e das autoridades é falta de coração, falta de consciência social, falta de moral, é criminoso.

Não era de se esperar que no caso de vacina para as crianças esse desgoverno agisse diferentemente do que fez até agora, com o evidente descarado genocídio praticado cotidianamente, cantado em prosa e verso no cercadinho, nas redes sociais, e pronunciado sem nenhuma vergonha ou culpa. Para um sociopata isso também seria esperado, no entanto muitos membros nesse desgoverno agem igual, acobertam, mentem e distorcem a realidade. A sociopatia sozinha não explicaria isso, trata-se de políticos com estreita visão, ignorância cínica, arrogância estúpida, falta de preparo para governar e viés de direita que entende que as vidas de crianças brancas saudáveis podem ter mais valor do que a vida de crianças negras e vulnerabilizadas.

A oportunidade de vacinação para crianças de 5 a 11 anos já aprovada, está sendo postergada e adiada por uma farsa grotesca de uma consulta pública sobre esse tema. Ora esse é um assunto definido e amparado pela ciência, pelos especialistas, e a ser tratado pelas autoridades competentes da saúde. Como as atuais não são competentes mais uma vez nossas crianças sofrerão as consequências, sem poderem se defender.

É curioso porque não se faz plebiscito para o impechamento do genocída, mas se faz a palhaçada de consulta aos pais e a sociedade, que não possuem embasamento e nem conhecimento para decidir sobre o assunto. No máximo terá efeito de consulta de opinião pra revelar o número de inocentes úteis desse país. Ah, e também adiar a vacinação em massa das crianças.  Aliás pais e mães negacionistas não vacinarão seus filhos e filhas, ou médicos que se esqueceram do conhecimento científico também não defenderão a vacina para as crianças. Isso já sabíamos, portanto não haveria necessidade de consulta pública. Ela só existe como um estratagema para distorcer a realidade, confundir as pessoas e criar um mundo paralelo.

Enquanto tudo isso acontece crianças continuarão morrendo de mortes evitáveis e sem poderem se defender. Isso não é esperado e muito menos aceitável. É sim uma emergência. Salvar crianças sempre foi e sempre será emergência para aqueles que valorizam a vida e tem esperança num futuro melhor.

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