Educação cívica para um voto consciente

Pesquisa aponta que a maioria dos eleitores apresenta falta de compreensão a respeito do sistema político por não terem recebido educação política necessária em sua vida escolar

Uma das iniciativas da Justiça Eleitoral é tornar o voto um ato de cidadania e fazer com que não só os maiores de 18 anos, mas também os jovens de 16 a 17 anos ocupem seu espaço na vida política da sociedade.

De acordo com o artigo 14 da Constituição Federal, o voto é obrigatório a partir dos 18 anos. Jovens de 16 e 17 anos não têm a obrigatoriedade de votar. Porém, percebe-se uma maior movimentação relacionada a influenciar os jovens a providenciarem o título de eleitor, para aumentar o número de votantes no país. Com essa movimentação, paira uma dúvida no ar: esses eleitores conhecem o suficiente sobre política a ponto de definir sobre em quem votar? Seria, de fato, um voto consciente, baseado em o que se aprendeu sobre política e o exercício da cidadania em sua vida escolar?

Uma pesquisa desenvolvida pelo DataSenado aponta que a maioria dos eleitores apresenta falta de compreensão a respeito do sistema político devido ao nível de conhecimento insuficiente a respeito do tema, por não terem recebido educação política necessária em sua vida escolar. Temos acesso, principalmente pela web, a muitas informações a respeito de como obter o título de eleitor e estar apto a votar nas próximas eleições, bem como sobre a mecânica do processo de votação para uma determinada eleição. Mas isso não é suficiente.

O papel da educação relacionada às eleições e ao ato de votar vai muito além disso e deve se estender a uma educação cívica mais ampla. Dessa forma, faz-se necessário estar presente nos currículos escolares, a fim de promover uma educação cívica significativa, formas interdisciplinares de ensinar sobre a história do sistema político do país. Um tema amplo, porém, necessário. Além disso, promover o entendimento a respeito dos direitos e deveres dos cidadãos, sobre a natureza e os poderes dos cargos a serem preenchidos, além das principais questões econômicas, sociais e políticas da nação.

Como ainda não contamos com uma mudança relevante nos currículos escolares, principalmente da rede pública, que aborde de fato a respeito da educação cívica, aliado a possível falta de maturidade do eleitor dessa faixa etária, esse voto está mais relacionado às questões quantitativas que qualitativas. É uma forma ineficiente de mudança no cenário político do país.

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