As escolas estão ameaçadas. E o governo ainda não fez nada quanto a isso

Perdendo alunos e sem poder abrir, as escolas continuam tendo de pagar as contas

Sabe aquela escola de bairro? Aquela, que atende gerações da mesma família, que facilita a vida de pais e mães oferecendo uma opção pertinho de casa? Aquela em que a proverbial tia da cantina serve as crianças no intervalo, em que todo mundo se conhece e se chama pelo nome? Pois é: ela está ameaçada de morte.

As escolas foram os primeiros estabelecimentos a fechar com a pandemia e provavelmente serão os últimos a reabrir. O mais triste, porém, é que muitas nem vão reabrir. Sem qualquer auxílio do governo e enfrentando uma debandada das famílias para o ensino público, as escolas particulares enfrentam um duro desafio para sobreviver.

Mesmo de portas fechadas, as contas continuam chegando. Numa escola de pequeno e médio porte, a folha salarial representa 70% dos gastos: ou seja, a não ser na hipótese de uma terrível e indesejada demissão em massa, não há como diminuir muito os custos. E a receita, por outro lado, não para de cair.

As vacinas provavelmente só ficam disponíveis no ano que vem, e a cada mês que a situação continuar assim, mais escolas vão quebrar – a exceção são os grandes grupos educacionais, que têm maior rentabilidade e acesso mais fácil ao crédito. As pequenas… Essas não têm muito para onde correr.
Existem pelo menos duas possibilidades a ser discutidas. A primeira seria a reabertura gradual das escolas, principalmente pensando nos pais que precisam das aulas para ter como trabalhar e que hoje não têm onde deixar as crianças. Em outros países, isso já vem sendo feito.

A segunda possibilidade seria uma espécie de auxílio emergencial do governo, que simplesmente parece ter se esquecido das escolas neste momento tão difícil. É como se ninguém soubesse que a educação é o motor do desenvolvimento de um país. E como se ninguém tivesse se dado conta de que as pequenas e médias empresas (inclusive na educação) são as que mais empregam.

Além de tudo, o governo poderia evitar uma situação absolutamente insustentável. As escolas públicas podem até dar conta do aumento de alunos enquanto permanecerem no ensino remoto, mas é impossível que elas recebam todos esses novos alunos fisicamente. O que será necessário fazer? Construir novas escolas? Deixar as salas de aula ainda mais lotadas?

O importante é acordar para a realidade. A educação sofreu um duro golpe com a pandemia e isso vai se refletir nas vidas de milhões de pessoas. O que podemos fazer quanto a isso?

Sobre o/a autor/a

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O Plural se reserva o direito de não publicar comentários de baixo calão, que agridam a honra das pessoas ou que não respeitem níveis mínimos de civilidade. Os comentários são moderados por pessoas e não são publicados imediatamente.

Rolar para cima