Em “Venom: Tempo de Carnificina”, amizade impulsiona a ação

Filme com direção de Andy Serkis e roteiro de Kelly Marcel estreia nesta quinta-feira (7)

Depois de uma estreia cinematográfica conturbada em 2007, que rendeu severas críticas e duradouros memes, o simbionte alienígena Venom encontrou um público fiel em 2018, quando o icônico vilão se tornou um anti-herói e protagonista de sua própria história. Seguindo o curso natural de qualquer adaptação minimamente bem-sucedida, Venom ganha, em 2021, uma continuação para suas aventuras na telona.

Tempo de Carnificina tem direção de Andy Serkis e roteiro de Kelly Marcel, baseado na história concebida por Marcel e Tom Hardy. O filme acompanha o jornalista Eddie Brock (Hardy), que tenta se adaptar ao seu novo companheiro de quarto – e de corpo -, o simbionte alienígena Venom.

Brock é contatado pelo assassino em série Cletus Kasady (Woody Harrelson) que, condenado à morte e prestes a ter sua sentença efetivada, se dispõe a compartilhar com Brock sua história em troca de uma manchete em seu jornal. Durante um desentendimento Kasady ataca o jornalista, o que resulta no desenvolvimento de um novo simbionte que se apossa do corpo do assassino. Munido deste poderoso aliado, Kasady pretende se vingar daqueles que o colocaram na prisão e encontrar sua amada, a misteriosa Shriek (Naomie Harris).

O enredo de Tempo de Carnificina é bastante inflado, e o resultado é um filme acelerado, que investe cada segundo do sua duração em movimento. A trilha sonora se destaca como elemento de aceleração das cenas menos frenéticas, mas Venom dedica pouco tempo a elas. O excesso parece ter guiado todas as decisões nesta produção.

Venom: Tempo de Carnificina. Foto: Divulgação.

O relacionamento de Eddie e Venom, que garantiu o sucesso do capítulo anterior desta franquia, está novamente em foco. Enquanto Eddie tenta domesticar sua metade mais sombria, Venom se comporta como uma voz da consciência não-tão-consciente.

Brock divide seu corpo com uma entidade faminta por carne humana, mas que não é incapaz de evoluir ou empatizar com a humanidade e outros seres vivos. O comprometimento do filme em nunca se levar a sério garante que esta convivência sempre seja vista de forma bem-humorada. Eddie e Venom são organismos em mutualismo, ambos se beneficiando de sua estranha conexão. Em seu núcleo, Venom: Tempo de Carnificina é um buddy movie, e é a amizade de Eddie e Venom que impulsiona a ação.

Além de Tom Hardy e sua divertida atuação, Michelle Williams demonstra sua veia cômica como Anne Weying e Woody Harrelson interpreta o vilão Cletus Kasady com entusiasmado exagero.

Com 1h37min de projeção, Venom: Tempo de Carnificina não reinventa o filme de super anti-heróis, mas é uma visita bem-vinda a este universo. Os fãs do gênero certamente têm motivos para celebrar esta nova fase.

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