Após mais de um ano de pandemia e, apesar da flexibilização das restrições das últimas semanas, a sangria de bares e restaurantes ainda não foi estancada. A seção paranaense da Associação de Bares e Restaurantes (Abrasel) calcula que, só em Curitiba, 1.200 empreendimentos gastronômicos fecharam as portas no último ano. No Brasil, a estimativa é de 300 mil.
O ritmo lento da vacinação em todo o país atrasa a recuperação econômica dos diversos setores, em especial do segmento da alimentação fora do lar que está estritamente ligado ao atendimento presencial, à interação e ao convívio. Diante do cenário de incertezas, o mês de maio registrou pelo menos três novas baixas na cena gastronômica curitibana.
Essa semana foi a vez do Central do Abacaxi, no São Francisco, avisar a clientela que as atividades estão suspensas por tempo indeterminado. A casa, comandada pelo casal Amanda Kosinski e Camila L. Frankiv, abriu em 2016 e se destacou por focar em ingredientes orgânicos de pequenos produtores locais. A equipe era formada inteiramente por mulheres.
O cardápio mudava toda semana, mas o pierogui era presença fixa. O recheio era preparado com batata e requeijão fresco de Irati. Já o molho era de nata fresca ou carne de panela com nata. Amanda e Camila serviam ainda uma versão da massa dourada na manteiga. O prato, elaborado a partir da receita da avó de origem polonesa de Amanda, era campeão de vendas e esgotava rapidamente.
Desde 16 de março do ano passado, quando a Covid-19 começou a se alastrar em Curitiba, o Central suspendeu o atendimento presencial e nunca mais retornou, mesmo após a prefeitura de Curitiba flexibilizar as restrições. Por mais de um ano, o restaurante funcionou apenas no delivery.
“A gente nunca se sentiu segura para reabrir a casa, afinal, não tem como comer de máscara”, explica Camila. “Vamos fazer uma pausa para reavaliar tudo, colocar a cabeça no lugar e pensar num novo formato. A nossa filosofia se baseia muito no conceito de receber e servir. Sem poder atender nosso clientes de forma presencial precisamos reencontrar o sentido das coisas”, afirma a cozinheira.
Amanda e Camila cogitaram vender o ponto, mas voltaram atrás, confiantes na possibilidade de um novo futuro para o Central. Quem está ansioso, só precisa aguardar para saber qual será.
O New York Cafe, um dos locais que marcou a última década em Curitiba, também anunciou essa semana o fechamento da loja física no Batel – a última remanescente. A queda no faturamento foi decisiva para a decisão. A cafeteria, que inaugurou em 2012, chegou a ter quatro unidades na cidade, mas duas encerraram as atividades no começo da pandemia.
Agora, o chef Luiz Santo, fundador da marca, vai atender apenas com entregas em domicílio sob o novo nome de New York Home. Bagels, bialys, challah e cheesecake vão continuar disponíveis no loja on-line. O serviço estreia neste sábado (15).
“Não vai ser um delivery, vai ser a experiência do New York Cafe em casa. O cliente vai receber o pedido e finalizá-lo em sua cozinha. Por exemplo, uma família que quer fazer panquecas no domingo de manhã, pode encomendar antes e na hora só aquecer e finalizar com a calda. Ou, se a pessoa ficou com vontade de comer de madrugada, quando não há delivery, vai ter acesso ao produto”, diz Luiz Santo.
Na semana passada, a confeitaria Amburana, no São Francisco, também anunciou nas redes sociais o encerramento das atividades. “Eu, Karin, e Jean, que estivemos lutando para seguir em frente com esse pedacinho de amor chamado Amburana, tivemos que sentar e colocar tudo no papel, decidir pelos próximos passos, levando em consideração tudo, desde nossa saúde familiar (todos bem), financeira e psicólogica”, escreveu o casal de proprietários.
Ainda dá tempo de se despedir. O Amburana vai funcionar ainda por algumas semanas, até o final de junho, com retirada e entrega em domicílio. O cardápio conta com pães, bolos, geleias e docinhos como sanducookie e brownie funcional vegano. Nos dias 30 de maio e 20 de junho, a casa vai servir acarajé. Já em 12 de junho, será ofertado um cardápio de Dia dos Namorados.
Independente da questão da não aquisição de vacinas que é federal, a quantidade de estabelecimentos fechadas, empregos perdidos e cadeia de fornecedores em crise no setor de gastronomia é agravada pelos erros n política municipal e estadual. Os governos locais penalizam a gastronomia e o turismo e favorecem outras atividades comerciais. As medidas restritivas não tem lógica. Com o agravamento do contágio o correto seria ter restrições em todas as atividades não essenciais todos os dias da semana e fiscalizar de verdade. Mas os governos locais preferem fechar os estabelecimentos de gastronomia as 22h e aos domingos, prejudicando muito seu faturamento, em especial estabelecimentos que só funcionam aos finais de semana e/ou à noite. Ninguem pode frquentar um restaurante ou ponto turirivo no domingo mas pode ir à academia, ao supermercado cheio, às lojas lotadas, aos bares aglomeram durante a semana. Qual a lógica?
“Ritmo lento da vacinação” é pra acabar! O Brasil aplica mais que o dobro de vacinas do que a média mundial, mas pra grande parte da imprensa nunca tá bom.
Culpar os verdadeiros responsáveis, que são os prefeitos e governadores que mandaram fechar tudo e ficar em casa, nem passa pela cabeça deles.
Lamentável.
Oi Ivan, você está equivocado. O Brasil não aplica mais que o dobro da média mundial. Nós já fizemos isso na epidemia de H1N1, quando vacinamos todo grupo prioritário em três meses. Mas no caso das vacinas para Covid a vacinação está muito lenta, principalmente porque o governo federal não garantiu a aquisição de doses.
Você pode conferir o ranking dos países que mais vacinaram aqui:
Acorda pra vida Ivan.
Saia da sua bolha e veja que absurdo esse desgoverno federal nos meteu. Alguns governos estaduais e municipais podem ter cometido erros, como sempre, mas estão muito longe de serem culpados por todas essas mortes tanto de pessoas como de comércio.
Mais um papagaio daquele marginal que o povo elegou pra ser inquilino do Alvorada. Ivan, prestenção: teu recibo de apoio desse desastre vai chegar.
Como exemplar bolsominion, propaga fake news e trata quaisquer veículos de informação dignos como inimigos do poder. Lança opinião sem fundamento para desorientar. Ataca quaisquer ameaça à rainha, feito um soldado formiga. Lembra muito o terceiro reich.
Acho que único equívoco da imprensa de forma geral que dá muito ênfase no número total de vacinação em detrimento de vacinados / população. Com isso, realmente os números da vacinação parecem muito bons comparando por exemplo com Islândia. E consequentemente aparece uns tontos achando que estamos muito bem na vacinação.
De onde você tirou essa informação? Pode passar pra gente? Obrigada!