Reduto de boa comida, arte e boemia, Don Max completa 25 anos

Tradicional bar e restaurante no Água Verde é a quintessência dos botecos curitibanos

Há 25 anos, a boemia curitibana tem endereço fixo na Rua Tenente Max Wolf Filho. É nessa charmosa ruazinha no Água Verde, espremida entre a Avenida Getúlio Vargas e a Rua Brasílio Itiberê, que Paulo Zanatta, o Paulinho, comanda o Don Max.

A comida preparada com carinho e fartura, as noites musicais, uma clientela que mistura amigos e artistas, tornaram o bar e restaurante – que nasceu quase que por acaso – a quintessência dos botecos curitibanos. “Quando abri achei que ia ser uma atividade temporária, mas no final das contas os livros de comida substituíram os livros de teatro”, relembra Paulinho, que antes de se tornar cozinheiro tentou a carreira de ator profissional.

Em meados da década de 1990, ele havia retornado de uma temporada de oito anos na Europa onde havia estudado teatro e trabalhado em restaurantes para financiar os estudos. Acumulou experiências gastronômicas na Itália, França, Inglaterra e, de volta a Curitiba, comprou o pequeno restaurante que já se chamava Don Max. Gostou do nome “forte” e o manteve. 

“Quando voltei, o Brasil estava daquele jeito. Era difícil sobreviver de teatro, como sempre vem sendo. Acabei abrindo o restaurante fazendo os pratos que havia aprendido lá fora e virou sucesso”, explica Paulo. Apesar da data especial, Paulinho não pôde comemorar por causa da pandemia.

Barreado servido aos sábados é um dos carros-chefe. Foto: Divulgação.

O cardápio da casa foi se ampliando ao longo dos anos e hoje conta com cerca de 50 opções entre porções, sanduíches, massas e risotos. Alguns pratos fazem a fama do local, como o filé mignon em cubos com molho à base de shiitake e gengibre (R$ 73), a berinjela gratinada (R$ 57) e o filé à parmegiana (R$ 65 para uma pessoa ou R$ 119 para duas).

Outros carros-chefe são a feijoada (R$ 51 para uma pessoa ou R$ 78 para duas) servida às quartas-feiras e aos sábados e o barreado (R$ 42 para uma pessoa ou R$ 69 para duas), preparado diariamente. Toda semana, Zanatta vende 200 feijoadas e 30 kg de barreado.

Feijoada servida às quartas e sábados é uma das mais tradicionais de Curitiba. Foto: Divulgação.

São esses dois pratos, vendidos no delivery, que ajudam o empresário a segurar as pontas na pandemia. Como todo o setor, o boteco registrou queda de 60% no faturamento no último ano. Outra contribuição vem dos pratos feitos, que custam entre R$ 30 e R$ 40. O empresário teve que dispensar os funcionários que trabalhavam apenas no fim de semana, quando a casa costumava lotar, mas continua mantendo nove empregados, embora com horários reduzidos. 

Quando filas de clientes começaram a se formar do lado de fora, Paulo tentou criar uma rede de botecos. Em diferentes momentos, ele abriu outros sete restaurantes em Curitiba, mas nenhum vingou. “O pessoal ia conhecer os novos lugares, mas acabava voltando para cá. Acho que o Don Max é para ser pequeno”, admite com uma ponta de resignação, mas sem perder o sorriso.

Ao longo das décadas, passaram pelas mesas incontáveis artistas, músicos, jornalistas, fotógrafos e atores. De Waltel Branco a Andreas Kisser, do Sepultura, passando por Denise Fraga, Zeca Baleiro e Norah Jones. Impossível citá-los todos, mas todas as memórias do local estão guardadas no Instagram de Paulo.

Cachaça de tangerina de produção artesanal. Foto: Divulgação.

Boteco que se preze é aquele onde a comida saborosa se degusta acompanhada de uma boa bebida. Nada melhor do que as cachaças saborizadas, outra marca registrada do Don Max. São mais de 20 sabores entre cataia, castanha-do-pará, gengibre e jabuticaba. A que mais sai é a de tangerina. A dose custa R$ 8.

Com multidões ávidas por garantirem um lugar à mesa, a casa passou a promover noites regadas a música e poesia. Muitas delas aconteciam na rua, como as festas juninas que chegavam a fechar a quadra. “Fazem falta as festas, a música e a vontade de encontrar o povo de novo. Não adianta fazer live, não é a mesma coisa”, completa Paulo.

Festas juninas do Don Max fazem tanto sucesso que fecham a rua. Foto: Divulgação.

Serviço

Rua Tenente Max Wolf Filho, 37, Água Verde, Curitiba. De terça-feira a domingo das 11h às 20h (delivery até as 22h por meio do iFood e Uber Eats. Sábado e domingo tem também entrega própria pelo número (41) 3343-7989. Instagram: @restaurantedonmax

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3 comentários em “Reduto de boa comida, arte e boemia, Don Max completa 25 anos”

  1. Que lugar mágico, numa ruazinha arborizada, um astral que só o Don Max tem!
    Mesmo pequenininho é de alta gastronomia, tem um prato que amo muito, mignon shitake e gengibre, sei que foi premiado. Amo amo amo o Don Max

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