Consumo de oxigênio sobe 47% em março no PR

Empresa nega falta do produto, mas hospitais precisam informar aumento na demanda

Estão faltando leitos, respiradores e profissionais de Saúde para atendimento nos hospitais públicos e privados de todo o Paraná. Apesar da falta de vagas, ocasionada pelo aumento abrupto nos casos de Covid-19, a principal fornecedora de oxigênio para as instituições do Estado garante que o produto ainda não está em falta. Ainda assim, o consumo de oxigênio nos hospitais paranaenses tem aumento de 47% neste início de março, comparado ao mesmo período de fevereiro de 2021.

O número vem da White Martins. Procurada pelo Plural, ela diz que a informação sobre diminuição dos estoques do gás no Paraná não procede. “A empresa mantém o fornecimento de oxigênio aos seus clientes das redes de saúde pública e privada no estado e afirma que o consumo do produto nestas unidades de saúde registrou no início de março um aumento médio de 47% em relação ao início de fevereiro”, aponta a nota.

A fornecedora destaca que tem informado aos seus clientes sobre o aumento do consumo de oxigênio. “Nestas oportunidades, a empresa solicitou que sejam comunicadas formalmente as necessidades de acréscimo no fornecimento do produto bem como a previsão da demanda. Isso porque compete às instituições de saúde, públicas e privadas, informar, formalmente e em tempo hábil, qualquer incremento real ou potencial de volume de gases às empresas fornecedoras.”

A White Martins destaca ainda que “estes estabelecimentos são responsáveis pela gestão da Saúde e têm acesso a dados que compõem o panorama epidemiológico da Covid-19, como o índice e a velocidade de contágio da doença, o crescimento da taxa de ocupação de leitos, a abertura de novos leitos, a implantação de hospitais de campanha, a quantidade de pacientes atendidos, bem como a classificação dos casos”.

“A White Martins – como qualquer fornecedora deste insumo – não tem condições de fazer qualquer prognóstico acerca da evolução abrupta ou exponencial da demanda”, conclui.

Questionada, a empresa não respondeu qual o volume normal de consumo do gás no Estado nem o que este aumento de 47% representa. Também não foi informada qual a capacidade máxima de volume de oxigênio no Paraná.

Respiradores

Além de vagas, faltam também respiradores em alguns hospitais públicos, como o das Clínicas (HC), que pediu ajuda para adquirir dez novos aparelhos. Um grupo de empresários resolver se unir e fez a doação. Eles integram a campanha ‘O Amor Contagia’, que desde o ano passado busca captar e destinar recursos para auxiliar hospitais que estão atuando no enfrentamento da Covid-19.

Investimento nos aparelhos foi de R$ 2 milhões. Foto: Adobe Photos

Recorde

Nesta quinta-feira (3), o Paraná registrou 110 mortes por coronavírus e 5.386 novos casos. São 2.180 pacientes internados com Covid-19, sendo 1.894 em leitos SUS (786 UTI e 1.108 Enfermaria) e 286 na Rede Particular (116 em UTI e 170 na Enfermaria). A fila por leitos foi de 47 para 699 pacientes em apenas um mês.

Em Curitiba, onde hospitais privados já precisam fechar os Pronto Atendimentos por falta de vagas, o número de novos casos hoje foi de 973 e de óbitos 20. A Capital chegou ao recorde de três mil mortes desde o início da pandemia. A cidade é a que mais tem casos comprovados da nova cepa do coronavírus, a P1, identificada em Manaus.

Variante

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou hoje estudo que mostra que 70% das 216 amostras enviadas para análise pelo Paraná possuem carga viral relacionada à variante P1. Segundo a Fiocruz, a alta circulação de pessoas e o aumento da propagação do vírus têm favorecido o surgimento dessas “variantes de preocupação”. O comunicado alerta para um cenário preocupante de transmissibilidade dessas variantes em todo o território brasileiro nos próximos meses.

“Foram analisados os 216 testes positivos com maior carga viral do Paraná. Destes, 70% eram a nova cepa. Foram cerca de 3 mil testes positivos no sábado, mas eles sequenciaram só 216, então não dá para falar que a cepa é a prevalente no Paraná, mas que está circulando”, avalia o secretário estadual de Saúde, Beto Preto.

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