Covid-19: situação em Curitiba tem piora rápida

Em contágio acelerado e com 90% de ocupação nos leitos, Capital reabre vagas em UTIs e Enfermarias

Curitiba começou o mês de fevereiro com uma certa folga no número de leitos de UTI e Enfermaria para Covid-19 livres. As unidades ocupadas registraram o valor mais baixo do ano em 13 de fevereiro: 271. E já no dia 15, a Prefeitura começou a fechar leitos ociosos. A situação, no entanto, começou a se reverter e chegou a um novo patamar nesta terça-feira (23): dos 363 leitos ativos na Capital, 327 estão ocupados.

É a primeira vez em dois meses que a Cidade tem mais de 90% de ocupação dos leitos. Oito dias após fechar 18 vagas, foi preciso reativar dez delas. O número de leitos ocupados, porém, aumentou em maior proporção do que a redução de unidades ativas – fazendo cair rapidamente o número de leitos livres.

A situação é parecida nas unidades de Enfermaria. Desde 8 de fevereiro, a ocupação de leitos, que estava abaixo de 60%, apresenta um aumento sensível e constante, que se tornou dramático a partir do dia 18. No último fim de semana, a ocupação nos hospitais chegou a 75%, ou seja, subiu mais de 15 pontos percentuais em menos de duas semanas. A cidade também vinha desativando leitos no período e chegou a fechar 44 unidades desde o dia 12 – aqui também o aumento de leitos ocupados foi mais intenso do que o número de leitos desativados.

Analisando em conjunto os leitos de UTI e de enfermaria ocupados, vemos que Curitiba chegou a ter menos de 580 pessoas internadas em unidades Covid-19 na semana do dia 8, situação que perdurou até o dia 18. Nos cinco últimos dias, porém, esse total saltou para quase 700.

O aumento de casos da doença, no entanto, ainda não está aparecendo nos registros de novas confirmações. A Cidade registrou números significativamente maiores nos últimos dois boletins da Prefeitura com dados da pandemia, mas na média móvel (que é calculada com base nos números dos últimos 7 dias), o aumento é ainda discreto.

A má notícia, contudo, é que o aumento de casos graves da doença (e que precisaram de internação) certamente implica num aumento de casos confirmados, o que pode vir a ser registrado nos próximos dias. Outra má notícia é que esse aumento ainda não deve ser reflexo de festas e aglomerações causadas pelo Carnaval, uma vez que o período de incubação da doença é de até 14 dias.

Além disso, a volta às aulas nas escolas das Rede Pública de Ensino, no último dia 18, também aumentou a circulação de pessoas, o que pode implicar no aumento de casos – muitos do quais já começaram a aparecer nas escolas e fechar colégios e Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs).

Segundo cálculo feito pelo Departamento de Estatística da UFPR, o número de reprodução da Covid-19 em Curitiba voltou a passar de 1, o que indica aceleração do contágio. Os dados copilados pela instituição também apontam aumento na circulação de pessoas no transporte coletivo.

Novos casos, número de reprodução e índice de mobilidade no transporte coletivo de Curitiba.

A situação torna ainda mais essencial que se observem os cuidados e protocolos de prevenção da doença, como o uso de máscaras, a higiene constante das mãos e o distanciamento social.

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