Trump vai embora. Cletus está triste

Trump sai pela janelinha do banheiro da História. Provavelmente vai ficar entalado

A charge que desenhei para o jornal no dia seguinte a surreal eleição do Trump, mostrava o recém eleito presidente americano acenando para seus eleitores, todos eles com a cara do Homer Simpson. Hoje, em seu último dia como o presidente mais sem noção da história americana, percebo que tratava-sem de um equívoco. Nem todos os eleitores de Trump eram Homer Simpson. Havia também muitos Sr. Burns, Flanders, Reverendo Lovejoy, palhaços Krusty, Richard Shardy Bird Johnson e, claro, Cletus Spuckler, como pudemos perceber na bizarra invasão do Capitólio, já no final da ópera bufa que foram esses quatro anos de insanidade.

Segundo a WikiSimpsons, Cletus “é um caipira que vive num sítio com sua irmã, prima e esposa”. Cletus, aquele matuto que pega a espingarda e atira no final de Sem Destino, foi capturado pelas redes de fake news de Steve Bannon e acreditou que um multimilionário mimado e egoísta seria o heroi da classe trabalhadora americana.Tem fotos dele por aí com um boné vermelho escrito Make America Great Again.

Quando perguntaram a Trump quem eram seus eleitores ele respondeu “são pessoas como eu. Só que pobres”. Se Cletus tivesse nascido em berço de ouro poderia virar presidente da maior democracia do mundo. Claro, se assim quisessem os channers neonazis e o Svengali neocon Steve Bannon. Segundo o livro Fogo e Fúria – Por dentro da Casa Branca, de Michael Wolff, Trump teria dito uma frase que é puro Cletus: “Uma das melhores coisas do mundo é trepar com a mulher de um amigo”. E ele fazia isso, não sem antes acabar com o casamento do amigo, mostrando para a esposa gravações de diálogos dele com o marido sobre prostitutas e outras putarias.

Porém, acredito que Trump não é um personagem dos Simpsons. Se formos procurar Trump em um desenho animado, podemos encontrá-lo na figura de Cartman, o garoto racista e egocêntrico de South Park. No episódio Cartmanlândia, da quinta temporada, Cartman herda um milhão de dólares e compra um parque de diversões só para ele. É o que Trump fez, só que seu parque de diversões foi a Casa Branca. Mas sinceramente, não é nada divertido ver um desenho animado de carne e osso tentando por em prática ideias xenófobas que não soariam engraçadas nem em um roteiro de Trey Parker e Matt Stone.

Um dos cartuns mais marcantes para mim desse período laranja da história americana, foi publicado na New Yorker em 2017, se não me engano. O desenho mostra a esposa do cartunista Robert Leighton abrindo a porta do estúdio e dizendo para ele “o cartum que você desenhou hoje cedo acabou de acontecer”.

Mas agora Trump sai pela janelinha do banheiro da História. Provavelmente vai ficar entalado, mas posso imaginar a Melania Trump empurrando sua bunda flácida através da janela.

Abaixo, algumas charges publicadas no Plural e na Folha de S.Paulo sobre esse homem, que eu espero que volte a apresentar programas de baixa qualidade na TV americana. O mundo era bem menos frívolo assim.

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