Curitiba terá carreata pelo impeachment de Bolsonaro

Frente à conduta do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no combate à Covid-19, um grupo de curitibanos está convocando, pelas redes sociais, uma carreata pelo impeachment do mandatário. A manifestação está prevista para este sábado (23), com início às 16h, na Praça Nossa Senhora da Salete, no Centro Cívico. Outras capitais do país também se mobilizam para protestar no mesmo dia, pela mesma causa.

Idealizado em Curitiba inicialmente pela organização Juventude Socialista PDT, o protesto ganhou força e a adesão de outros grupos, devido “ao descaso do governo federal em relação à pandemia e ao discurso autoritário de Bolsonaro”. Por meio de um evento no Facebook, com o nome ‘Carreata Fora Bolsonaro – Curitiba’, o grupo está convocando a população para se mobilizar e juntar forças contra o presidente da República. 

Ainda que as carreatas sejam o modelo seguido pelos apoiadores de Bolsonaro para manifestações, a Juventude Socialista PDT diz que optou por essa forma de protesto com a intenção de respeitar o distanciamento social necessário para evitar o contágio do vírus e não estimular aglomerações.

Segundo um dos organizadores da mobilização na Capital paranaense, o economista Arthur Pentagna, a ideia surgiu da vontade de protestar que muitas pessoas sentem, mas que vêm segurando em função da necessidade de manter o distanciamento social. “Nós vimos que essa ideia de fazer carreatas estava sendo adotada em outros lugares e achamos uma boa alternativa considerando o momento, no qual protestos mais tradicionais não são recomendados”, explica. 

Além de pedir pelo impeachment do presidente, a organização critica o comportamento de Bolsonaro em relação às consequências do vírus e à disseminação de desinformação a respeito da vacina. De acordo com Pentagna, o presidente ainda minimiza a gravidade da doença e insiste em um suposto tratamento precoce sem eficácia comprovada cientificamente, mesmo o número de mortos já tendo ultrapassado 210 mil. 

“Considerando tudo isso, fica claro que Bolsonaro não só não se comporta da maneira que se espera de um presidente da República, como também lidera um governo totalmente incompetente. Tudo isso está, literalmente, custando vidas”, afirma Pentagna. 

O manifestante acredita que é um dever cívico protestar contra Bolsonaro e pressionar os deputados para que o impeachment seja colocado em votação. “Não temos na presidência da República alguém à altura do cargo e isso poderá resultar em ainda mais vidas perdidas”, completa.

Pelo Brasil

Outros grupos também se organizam para a manifestação de sábado, que se estenderá por outras cidades brasileiras, como Rio de Janeiro, São Paulo, João Pessoa e Belo Horizonte. “Nossa relação é a mesma indignação e desejo pelo impeachment”, esclarece uma das integrantes da organização em Curitiba, que prefere não se identificar.

“O caos em Manaus foi um agravante para que as pessoas entendessem a necessidade de fazer algo. O negacionismo, a postura de incitar a população a condutas que colocam em risco suas vidas, como a não utilização da máscara, o não distanciamento, o não isolamento e constantes aglomerações praticadas pelo presidente e outro membros do governo”, avalia a advogada.

“A propaganda e orientação pelo uso de medicamentos sem eficácia, que têm levado várias pessoas a comprarem e fazer uso de medicação sem prescrição e acompanhamento, a irresponsabilidade em relação à vacina e sua importância, a omissão quanto a falta de oxigênio em Manaus, que levou à perda de muitas vidas de forma trágica e dolorosa, são apenas alguns dos motivos da nossa mobilização.”

Carreatas confirmadas pelo Brasil:

PR – Curitiba
23/01, às 16h, encontro na Praça Nossa Senhora da Salete
@impeachmentjapelavidacwb

MG -Belo Horizonte
23/01, às 16h, encontro no Mineirão
@forabolsonarobh

RJ – Rio de Janeiro
23/01, às 10h, encontro no Monumento Zumbi dos Palmares
@forabolsonarorj

SP – São Paulo
23/01, às 16h, encontro na ALESP
@forabolsonarosp

PB – João Pessoa
23/01, às 14h, encontro na Praça da Independência

Colaborou: Maria Cecília Zarpelon

Sobre o/a autor/a